De acordo com Bill Nelson, administrador da agência espacial norte-americana, “a equipa independente da NASA não encontrou quaisquer evidências de que os UAP têm origem extraterrestre”. No entanto, o responsável admite que ainda não se sabe o que estes UAP são, frisando que a "missão da NASA é descobrir o desconhecido", motivo pelo qual a agência manterá a transparência neste assunto. 

"Estamos a tentar dar resposta a esta questão. Há muita preocupação com a ideia de que há qualquer coisa escondida e confidencial e de que o Governo americano não está a ser franco. Nós fazemos parte do governo americano, somos francos e vamos ser francos sobre esta questão. Não sabemos o que estes UAP são, mas vamos tentar descobrir". 

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“Tudo o que descobrirmos será revelado”, reforça Bill Nelson, acrescentando que, além da transparência, a NASA baseia-se em métodos científicos motivo pelo qual quer remover o estigma em torno do estudo dos UAP. “Mudar o foco do sensacionalismo para a ciência” é uma das missões da agência, sublinha o administrador da agência espacial. 

Nicola Fox, diretora adjunta do departamento de missões científicas da NASA, afirma que, embora a NASA ainda esteja a avaliar os resultados e recomendações do relatório, a agência compromete-se a contribuir imediatamente para os esforços governamentais nesta área e nomeou um diretor da área de investigação de UAP

O que diz o relatório da NASA?

O relatório hoje publicado afirma-se como um roadmap para a NASA e contém uma série de recomendações sobre como a agência poderá ajudar a melhorar o entendimento dos UAP no futuro

Nele, a equipa de 16 especialistas afirma que a NASA deverá representar um “papel proeminente” nos esforços para a compreensão dos UAP, contribuindo para o seu estudo numa abordagem que se baseia em métodos científicos

A agência deverá fazer uso dos seus meios de observação terrestre, entre missões existentes e futuras, para analisar as condições associadas aos fenómenos que foram inicialmente detectadas com recurso a outros métodos.

“Deste modo, a NASA poderá analisar diretamente se certas condições ambientais são coincidentes com casos conhecidos de UAP”, realça o relatório.

As colaborações com organizações norte-americanas especializadas em observação terrestre, com constelações de satélites capazes de registarem imagens com alta resolução, são vistas como essenciais, uma vez que a atual deteção de UAP é captada por sensores que não foram concebidos ou calibrados para este fim e que não são capazes de fornecer metadados relevantes.

Para os especialistas, detetar estes fenómenos com múltiplos sensores devidamente calibrados é fundamental e é recomendado que a NASA use os seus conhecimentos nesta área para dar início a campanhas mais rigorosas de recolha de dados.

Técnicas de análise de dados que usam tecnologias como inteligência artificial e machine learning devem ser usadas nestas campanhas e combinadas com métodos sistemáticos de recolha de informação e uma curadoria robusta.

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O painel considera que a consciencialização do público sobre os UAP é outra das áreas vitais que necessitam de ser trabalhadas. “A NASA, ao associar o seu nome ao estudo dos UAP está já a ajudar na redução do estigma associado aos relatos de observações”, indicam os especialistas.

A NASA poderá, por exemplo, estudar a viabilidade do desenvolvimento de sistemas de crowdsourcing, como aplicações mobile Open Source que dão ao público e a iniciativas de ciência cidadã a oportunidade de ajudarem na recolha de dados.

O Aviation Safety Reporting System (ASRS), utilizado por pilotos comerciais para reportar casos de UAP, deverá ser aproveitado de uma melhor forma, permitindo a criação de bases de dados que são cruciais para todo o Governo norte-americano, detalha o relatório, acrescentando que a parceria com a Federal Aviation Administration deverá também ser reforçada.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 17h20)