As viagens a Marte podem ser muito mais rápidas que atualmente, graças a nova tecnologia de propulsão que a NASA vai começar a construir este ano. Até aqui, o envio dos rovers e sondas ao planeta vermelho nunca demoram menos que cerca de seis meses e é necessário esperar pela proximidade do planeta à Terra, a cada dois anos, para encurtar essa viagem. Mas o novo sistema de propulsão nuclear vai reduzir drasticamente a viagem para 45 dias, ou seja, mês e meio de viagem.
O sistema, denominado como Nuclear Thermal Propulsion, está a ser criado como preferencial para missões tripuladas pelo Sistema Solar. A NASA explica que se trata de um sistema topo de gama baseado em núcleo sólido aplicado a tecnologia NERVA (Nuclear Engine for Rocket Vehicle Application) capaz de dobrar o impulso da performance dos sistemas químicos.
O novo sistema pertence a uma nova classe de propulsão nuclear bimodelar, unindo energia nuclear térmica e elétrica, assente num rotor de onda. Os cientistas responsáveis pelo projeto acreditam na revolução que o propulsor vai introduzir na exploração do espaço, tornando as missões tripuladas a Marte, por exemplo, bem mais seguras para humanos.
O projeto do propulsor “Bimodal NTP/NEP with a Wave Rotor Topping Cycle” foi uma das 14 propostas selecionadas para o programa lançado pela NASA para a primeira fase de desenvolvimento. O projeto recebeu 12.500 dólares para investigação e desenvolvimento da tecnologia necessária. O sistema nuclear térmico de propulsão (NTP na sigla inglesa) utiliza um reator nuclear para aquecer o propelente de hidrogénio líquido, sendo depois convertido em plasma e canalizado através de bocal para gerar a propulsão. Já o sistema nuclear elétrico (NEP) utiliza um reator nuclear para alimentar um motor através de eletricidade. Este gera um campo eletromagnético que ioniza e acelera um gás inerte para criar a propulsão, como explica o portal Interesting Engineering.
Nesse sentido, o projeto utiliza as vantagens dos dois sistemas neste novo conceito. O rotor de ondas vai permitir comprimir a reação da massa utilizando pressão gerada pelo aquecimento do combustível de hidrogénio líquido.
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