No início desta semana, Yuri Borissov, o novo chefe da agência espacial russa (Roscosmos), anunciou que a Rússia iria abandonar a Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês) a partir de 2024. No entanto, a saída russa da ISS pode ocorrer mais tarde do que anunciado.

Em declarações à Reuters, um alto oficial da NASA confirma que a agência espacial norte-americana recebeu uma clarificação por parte da Roscosmos quando à data de saída. De acordo com a homóloga russa, os cosmonautas vão manter-se na ISS até que a futura estação espacial da Rússia, que tomará o nome ROSS, esteja operacional.

Ainda esta semana, numa entrevista publicada pela Roscosmos, Vladimir Solovyov, diretor de voo do segmento russo da ISS, deu a conhecer que se espera que a ROSS esteja em órbita e operacional em 2028.

Anteriormente, numa recente conferência de imprensa, Robyn Gatens, diretora da ISS na sede da NASA, já tinha detalhado que a Rússia teria outros planos em mente após a saída da ISS.

"Os russos, tal como nós, estão a pensar no que está por vir para eles", referiu Gatens, acrescentando que tal como os Estados Unidos estão “a planear uma transição depois de 2030 para estações comerciais em órbita baixa". "Eles têm um projeto semelhante. Então também estão a pensar nesta transição", concluiu.

Os Estados Unidos têm planos para prolongar a estação até 2030, porém, as tensões entre o país e a Rússia têm estado no seu auge desde o início da ofensiva de Moscovo contra a Ucrânia em fevereiro, apesar da colaboração se manter mais amigável entre os astronautas da NASA e cosmonautas da Roscosmos a bordo da ISS.

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Em meados de março, Moscovo já tinha advertido que as sanções ocidentais contra a Rússia podiam afetar o funcionamento das naves russas que abastecem a ISS, e, por conseguinte, isso o segmento russo da estação, com executivos da Roscosmos afirmarem que sem a colaboração do país a estação pode perder o controle e despenhar-se.

"O segmento russo garante que a órbita da estação seja corrigida, em média, 11 vezes por ano, incluindo para evitar os detritos espaciais", explicou na altura Dmitry Rogozin, ex-responsável da Roscosmos, informando que a agencia russa tinha enviado apelos aos parceiros norte-americanos (NASA), canadianos (ASC) e europeus (ESA) para "exigir o levantamento das sanções ilegais contra as empresas" russas.

Recorde-se que ISS  já celebrou mais de 20 anos de ocupação humana, depois de ter feito a sua “estreia” em novembro de 1998, quando começou a ser construída através de diversos lançamentos que carregaram as suas partes e as montaram já em órbita. Veja na galeria que se segue algumas das fotos mais marcantes captadas na estação ao longo do tempo.

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