"A nossa última estimativa mostra que a nave espacial está a dirigir-se para a Terra, onde provavelmente será destruída na atmosfera", explica a empresa, com sede em Pittsburgh, em comunicado, onde adianta que tomou a decisão de manter a rota de reentrada da sonda e permitir que esta seja destruída no processo.

"A equipa trabalhou incansavelmente para estabilizar o veículo", justifica a Astrobotic Technology, que sublinha a importância de terminar a missão sem colocar em risco os satélites que estão em órbita e garantir que não cria mais lixo espacial. 

A sonda Peregrine está no espaço há mais de seis dias e atualmente está a 370 mil quilómetros da Terra, acrescentou a empresa. O lançamento bem sucedido aconteceu a 8 de janeiro, depois do adiamento da data inicial, prevista para 25 de dezembro.

Veja as imagens do lançamento da sonda

A tentativa de chegar à Lua foi abandonada depois de um derrame de combustível poucas horas após o lançamento, na madrugada de dia 8 de janeiro.

A Astrobotic sublinhou, no entanto, que conseguiu lançar experiências científicas que transportava em nome da NASA e de outras agências espaciais, assim como recolher dados de voo.

A empresa pretendia ser a primeira do setor privado a aterrar, com sucesso, na Lua, algo que apenas quatro países conseguiram. Está previsto um segundo lançamento, em fevereiro, da Intuitive Machines, uma empresa de Houston.

A NASA, que financiou em 108 milhões de euros a Peregrine da Astrobotic, pretende que sondas privadas explorem o local antes da chegada de astronautas, fornecendo também experiências tecnológicas e científicas à agência espacial, outros países e universidades.

O falhanço da missão coloca mais longe o objetivo da NASA de voltar à Lua na missão Artémis, até porque a NASA confirmou  que existem uma série de questões técnicas e de segurança relacionadas com a Orion, a nave espacial que levará os astronautas à Lua, assim como a resolução de uma série de desafios logísticos.

Além dos problemas específicos com a Orion há outras questões que estão a complicar a timeline de regresso à Lua. O lançamento da missão que inauguraria o programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) foi considerado um sucesso, mas o final ficará longe do que era desejado.

Apesar de admitir o revés com a Peregrine, o administrador da NASA, Bill Nelson, preferiu na segunda-feira passada destacar nas redes sociais o "sucesso" do novo foguete Vulcan Centaur, do grupo industrial ULA, que levou a sonda até ao espaço.

Os dirigentes da NASA indicaram que querem continuar a aumentar as tentativas de chegar à Lua para ter maiores hipóteses de sucesso.

A própria Astrobotic terá outra oportunidade em novembro com o módulo de pouso Griffin, que irá tentar transportar o veículo VIPER da NASA para o Pólo Sul da Lua.