Os legisladores norte-americanos convidaram a Apple e a Google a participarem numa audiência do Congresso sobre privacidade. À "sugestão" não será alheia a recente polémica sobre as capacidades de rastreio geográfico dos dispositivos móveis das duas empresas.

A questão foi levantada durante a semana passada, quando dois especialistas vieram a público afirmar que tinham criado uma aplicação que mostrava que os equipamentos da Apple, como o iPhone e iPad, registam, sem conhecimento ou autorização dos proprietários, a localização geográfica de quem os utiliza.

Segundo a informação disponibilizada, os dispositivos, com conectividade 3G e versões 4 ou posteriores do iOS, armazenam num ficheiro as coordenadas geográficas dos locais por onde se passa, bem como um número que indica o momento em que estas foram captadas.

De cada vez que os telefones e tablets são ligados ao computador e sincronizados com o iTunes, o ficheiro é copiado, ficando disponível também nesse suporte.
Análises adicionais indicam que também os dispositivos Android, da Google, recolhem dados de localização, mesmo quando as aplicações que solicitam informações estão fechadas.

A gigante das buscas defende-se alegando que a partilha de localização geográfica é opcional para os utilizadores e que todos os dados de localização armazenados pela empresa são registados como anónimos. A Apple continua a remeter-se ao silêncio.

Entretanto, a polémica também já chegou aos dispositivos Windows Phone da Microsoft, que no entanto diz só recolher dados quando os utilizadores permitem o acesso a uma aplicação específica para esse efeito e nas alturas em que essa aplicação solicita tais dados. A empresa refere também que mantém essa informação numa base de dados própria.

A informação é divulgada pela própria Microsoft na página sobre privacidade do Windows Phone, onde acrescenta que recolhe informações sobre redes Wi-Fi para a tal base de dados, que serve para que os dispositivos possam determinar a sua localização rapidamente, sem depender do GPS para isso.

Embora alguns esclarecimentos sobre privacidade também pudessem "fazer bem" à Microsoft, a empresa gerida por Steve Balmer não faz parte - pelo menos por enquanto - da lista de convidados para a sessão que terá lugar no Congresso norte-americano no próximo dia 10 de Maio e onde também estarão presentes representantes do DOJ e da FTD.