Um relatório da Kaspersky revelou que o número de ciberataques DDoS no segundo trimestre de 2019 aumentou em 18% em comparação com o mesmo período no ano passado. Além disso, os ataques a camadas de aplicação (application-layer) registaram também um crescimento, neste caso de 32%.
Devido ao seu baixo custo de lançamento, os ataques DDoS (Distributed Denial of Service) são um dos cibercrimes mais acessíveis. Ao contrário de outras ameaças, são capazes de invalidar um sistema através da sua sobrecarga, sendo particularmente danosos para empresas, pois os seus utilizadores ou clientes vêem-se impedidos de aceder aos dados internos.
De acordo com a empresa, com a chegada dos meses de verão, o número de ameaças deste género tende a diminuir. No entanto, tal como indica Alexey Kiselev, Business Development Manager da equipa de proteção de DDoS da Kaspersky, em comunicado à imprensa, “as estatísticas deste trimestre revelam que os hackers profissionais, que originam ataques complexos de DDoS, estão a trabalhar arduamente mesmo nos meses de verão. E esta situação é bastante preocupante para as empresas”.
De acordo com a multinacional de segurança, a maioria dos ciberataques registados que atraíram a atenção dos meios de comunicação social aparentam ter motivações políticas. Por exemplo, na segunda metade de abril deste ano, foram verificados vários ataques DDoS contra instituições governamentais do Equador em protesto contra o revogar do asilo político de Julian Assange, o cofundador da Wikileaks.
Já em junho, o Telegram foi fortemente afetado por este tipo de cibertataque, o qual foi levado a cabo por hackers chineses. A motivação por trás do ataque ao serviço de mensagens instantâneas encriptadas relaciona-se com a situação política em Hong Kong, uma vez que o governo chinês não aprova a utilização da aplicação por parte de grupos da oposição.
Os dados estatísticos relativos à localização geográfica vão ao encontro da hipótese das motivações políticas revelada pela empresa. A China continua a ser a região com o maior registo de ataques (63,8%), segundo-se os Estados Unidos (17,57%) e Hong Kong (4,61%).
Tendo em conta o aumento dos ataques DDos e as suas consequências negativas para as instituições, Alexey Kiselev recomenda que as empresas assegurem a sua proteção e que “estejam prontas a fazer face a estes ataques mais complexos”.
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