Uma das funcionalidades anunciadas do novo modelo de IA Copilot+ é a sua capacidade de registar imagens do ecrã a cada poucos segundos. Chama-se Recall, uma funcionalidade exclusiva para os portáteis compatíveis com o Copilot +, gravando as imagens com proteção de encriptação localmente no armazenamento interno do equipamento.

A funcionalidade levantou questões sobre a privacidade e segurança e o regulador britânico abriu uma investigação à Microsoft. Muitos investigadores em segurança e privacidade consideraram esta funcionalidade como um risco, uma vez que os dados armazenados localmente, incluindo informações confidenciais, poderiam ser acedidos por hackers.

Função do Copilot + que capta imagens do ecrã automaticamente investigada por regulador britânico
Função do Copilot + que capta imagens do ecrã automaticamente investigada por regulador britânico
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A gigante tecnológica refere no website das funcionalidades do Copilot + que esta é uma experiência opcional. Com as novas críticas, a Microsoft decidiu que a funcionalidade de registo automático estará desligada por defeito e não pré-definido como era o plano inicial. Ou seja, quem desejar utilizar o Recall terá de o ativar nas opções. A fabricante vai ainda introduzir novas medidas de segurança para tornar os dados encriptados mais seguros, requerendo autenticação para aceder aos dados registados pelo Recall, explica Pavan Davuluri no blog da Microsoft.

O Recall funciona como uma memória fotográfica de tudo aquilo que o utilizar vê no ecrã no seu equipamento compatível com Copilot+, desde apps, websites, imagens ou documentos. “Está sempre em controlo daquilo que é gravado. Pode desligar a gravação das imagens, fazer uma pausa temporária, filtrar as aplicações e apagar os registos a qualquer altura”, destaca.

A Microsoft está a fazer atualizações à aplicação antes desta ficar disponível para todos os clientes a partir do dia 18 de junho. Outro detalhe avançado é que é necessário ativar o Windows Hello para ligar a função de Recall, a câmara servirá para registar a prova de presença frente ao computador para poder aceder à linha temporal dos registos da aplicação. Para aceder aos dados, os utilizadores têm de utilizar o reconhecimento facial, impressões digitais ou introduzir um PIN.

De recordar que os utilizadores podem limitar que tipo de imagens o Recall recolhe, selecionando aplicações específicas ou websites visitados no browser para filtrar as imagens. Podem ainda colocar a captura em pausa através do ícone na barra do sistema e limpar imagens que tenham sido registadas. A Microsoft diz ainda que a ferramenta não capta imagens de certos tipos de conteúdos, incluindo a navegação no modo Privado do Edge. Da mesma forma que protege igualmente os materiais com DRM, semelhante ao que a ferramenta de recorte já faz.