Num passo em direcção aos jornais electrónicos e aos ecrãs informáticos
wearable, os cientistas da empresa norte-americana E Ink criaram um visor ultra-fino que pode ser torcido, dobrado ou mesmo enrolado, sendo ainda capaz de exibir texto e imagens nítidas. Com uma espessura igual à de três cabelos humanos, o material exibe texto negro num pano de fundo cinzento-branco com uma resolução semelhante à de um ecrã de um computador portátil comum.

A empresa, especializada na produção de monitores para livros electrónicos,
espera iniciar a sua comercialização dentro de um ano, tendo divulgado
detalhes sobre a tecnologia num artigo publicado na revista científica britânica Nature. Os executivos da E Ink afirmaram que conseguiram desenvolver com êxito um protótipo de um ecrã empregando aço inoxidável e uma cobertura de plástico, que pode exibir palavras e imagens até 96 pixels por polegada.

Com origem num projecto de investigação efectuado no seio do Massachusetts Institute of
Technology
durante os anos 90, a E Ink desenvolveu uma tinta electrónica, composta de pequenas partículas com um lado branco e outro preto cuja posição é determinada por impulsos eléctricos enviados através de uma malha condutora. A tinta e a malha serão empregues em dispositivos capazes de armazenar e apresentar centenas ou milhares de páginas e substituir um número ilimitado de livros físicos.

Tendo recolhido 105 milhões de dólares em financiamento de capital de risco até hoje, a E Ink está a colaborar com a Royal Philips Electronics na produção de um eBook
protótipo para o próximo ano. A companhia encontra-se também em
negociações com várias outras fabricantes para desenvolver uma versão
comercial do dispositivo de visualização dentro de 24 a 36 meses.

Em teoria, a tecnologia poderá ser empregue na criação de um dispositivo com o tamanho de uma única folha de jornal ou de revista que contém e pode exibir todo o conteúdo de uma edição, que seria carregado através de um computador ligado à Internet por via da tecnologia sem fios Bluetooth. O sistema da E Ink utiliza de um décimo a um milionésimo a electricidade necessária para o ecrã de um PDA ou de um notebook, permitindo que seja abastecido por uma pequena caneta luminosa ou pelas baterias de um relógio.

Os especialistas consideram que ecrãs electrónicos deste tipo, flexíveis e baratos, poderão ser utilizados em produtos futuros como cartões de crédito capazes de exibir o saldo da conta e detalhes sobre compras efectuadas recentemente ou ecrãs de email inseridos na manga de um casaco. Os cientistas da E Ink esperam aumentar a velocidade a que o ecrã muda para uma nova página de texto, passando do um quarto de segundo actual para pelo menos dez vezes mais rápido, de forma a que possa exibir vídeos. Outro objectivo da equipa é fazer com que o monitor mostre uma gama completa de cores.

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