No princípio eram as impressoras. E depois também, mesmo com algumas máquinas fotográficas pelo meio, mas muita coisa mudou de há uns tempos para cá na Konica Minolta. Esta “startup com mais de 140 anos”, como se assume, fez a sua transformação digital e agora está apostada em contribuir para que os seus clientes façam o mesmo.
Mais de 80% do negócio da empresa japonesa está centrado nas tecnologias empresariais, grande parte em redor do printing, com certeza, mas com muito do valor proveniente dos serviços de tecnologias de informação. Na Europa tem cerca de 26.000 clientes nesta área, que contribuem para 5,8% das receitas líquidas do Velho Continente, num total de aproximadamente 142 milhões de euros de volume de negócios.
Com vários centros de desenvolvimento e de inovação, inclusive um recentemente inaugurado em Lisboa, em Amsterdão, na Holanda, a Konica Minolta tem um “Experience Hub”, um espaço onde partilha e mostra a clientes e parceiros as soluções pensadas pela empresa para o futuro. “Serve para falarmos com as pessoas acerca de inovação, para conectar as pessoas como futuro, com aquilo que pensamos que vai acontecer”, referiu Christian Kiesewetter, Responsável de Project Delivery e Operações.
“Vemo-nos como uma startups com mais de 140 anos. Temos uma larga história de milestones no passado, mas também temos um foco muito grande no futuro”.
E o futuro passa muito pelo local de trabalho e pela forma como as pessoas trabalham. E foram as tecnologias e serviços que estão a ser desenvolvidos pela Konica Minolta neste sentido que a empresa mostrou a um grupo de jornalistas, na cidade holandesa.
Nos trabalhos do futuro as rececionistas são virtuais e os óculos inteligentes
A Konica Minolta mostra-se cada vez mais apostada em evoluir de uma empresa puramente de impressão para, cada vez mais, uma “empresa de TI e conectada”. Neste papel, tem investido no desenvolvimento de várias soluções, nomeadamente focadas na otimização do local de trabalho.
Alice é um ativo neste sentido. Esta rececionista virtual (por enquanto) incorporada num pequeno quiosque físico substitui a presença humana, identificando o visitante, direcionando-o para a área pretendida ou colocando-o em contacto ou encaminhando-o para o seu contacto na empresa. O objetivo é que a solução faça uma gestão do tempo, visitantes e informação mais eficaz, sempre com uma componente forte de segurança.
Neste capítulo pode, por exemplo, ligar-se a outra das soluções que também foram demonstradas no Experience Hub de Amsterdão, como a Mobotix. Esta tecnologia aproveita todo o know how acumulado de quando a Konica Minolta fazia câmaras fotográficas e aplica-o a câmaras de vigilância que podem funcionar em diferentes ambientes, desde a gestão de acessos a edifícios e escritórios ao controlo de uma linha de montagem.
Analisando diferentes aspectos comportamentais, a Mobotix é capaz de antecipar situações de risco e alertar o sistema para que possa haver uma resposta adequada. Os recursos de reconhecimento facial inteligente permitem a soluções como a rececionista virtual Alice identificarem e guiarem individualmente os colaboradores e os visitantes em determinado local.
Outra das propostas da Konica Minolta para as empresas, também mostrada no Experience Hub, é a Smart Room Booking, uma tecnologia que se propõe otimizar a marcação de salas e reunião através de IoT e aprendizagem. Primeiro que tudo, “percebe”, através dos seus sensores de movimento e temperatura, se a sala está realmente ocupada ou se está marcada mas a reunião já terminou e não está lá ninguém, como acontece algumas vezes.
Tem, também, “capacidades preditivas” graças à IA na sua base, que vai recolhendo dados sobre o comportamento dos utilizadores. Neste caso, mesmo que as salas estejam todas ocupadas, o sistema pode indicar qual dos espaços pode vazar mais rapidamente, porque “aprendeu” com o comportamento da equipa nas últimas reuniões.
No conjunto de soluções empresariais para o futuro, a Konica Minolta propõe ainda os seus próprios Smart Glasses, num serviço desenvolvido para oferecer orientação visual remota na realização de tarefas complexas. Destinados a aumentarem a produtividade, estes óculos inteligentes projetam texto e imagens para o campo de visão do utilizador, relacionados com o uso específico na altura.
As tecnologias mostradas a partir do Experience Hub estão em diferentes fases de desenvolvimento e disponibilização, ressalvou Christian Kiesewetter em declarações ao SAPO TEK. As soluções Mobotix já são vendidas em quatro mercados europeus: Alemanha, Bélgica, França e Polónia.
A Smart Room Booking está a ser testada internamente, numa fase que deverá prolongar-se até ao final de setembro, altura em que começam os testes em clientes, pelo menos até início do próximo ano fiscal (abril). A comercialização dos Smart Glasses está prevista para começar em outubro, em princípio na Áustria, República Checa e Alemanha. Quanto a assistente Alice a incónita é maior: ainda não há previsão de data de lançamento e nem se quer se sabe se vai estar disponível na Europa.
“A inovação está no ADN da Konica Minolta desde o início”, sublinhou Christian Kiesewetter, na apresentação das soluções de futuro da empresa aos jornalistas, em Amsterdão. “Os nossos clientes estão a enfrentar vários desafios e estas soluções pretendem responder a alguns desses desafios”, referiu acrescentando que a intenção da Konica Minolta é oferecer cada vez mais serviços de TI “em direção a uma era cada vez mais digital”.
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