A música gerada por inteligência artificial é um tema que tem vindo a levantar controvérsia. No entanto, a Google e a Universal Music Group (UGM) estarão em negociações para licenciar vozes de artistas com o objetivo de desenvolver uma ferramenta de IA que as permita replicar.

De acordo com informação avançada pelo Financial Times, as negociações ainda estão numa fase inicial e, para já, ainda não está prevista uma data para o lançamento da tecnologia em questão.

Ainda este ano, a UGM apelou a plataformas de streaming, como o Spotify ou a Apple Music, para que tomassem medidas de modo a impedir que serviços de IA que permitem gerar música usassem faixas sem a sua permissão ou sem pagamento. Em maio, o Spotify eliminou dezenas de milhares de músicas geradas pela solução de inteligência artificial da Boomy.

Na altura, uma faixa gerada por IA, que replicava a voz dos artistas Drake e The Weeknd, acabou por se tornar viral. Porém, a UMG, que representa ambos os cantores, afirmou que a utilização das suas vozes para treinar sistemas de IA constituía "uma violação da lei dos direitos de autor", levando à remoção da faixa no Spotify e Apple Music.

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Segundo fontes com conhecimento na matéria, a ferramenta desenvolvida em parceria com a Google permitiria evitar casos como este, dando aos utilizadores a oportunidade de criarem faixas de modo mais legítimo e pagando a quem detém os direitos das músicas.

Os artistas que não desejarem fazer parte do projeto não serão obrigados a participar. Para lá da UMG, a Warner Music estará também em negociações semelhantes com a Google.

Embora vários artistas se tenham manifestado contra o desenvolvimento de música através desta tecnologia, outros apoiam a ideia. Por exemplo, em junho, Paul McCartney revelou estar a trabalhar com IA numa nova música dos The Beatles.