Durante o Governo de Jose Sócrates, uma das iniciativas foi atribuir a cada aluno do primeiro ciclo o acesso ao Magalhães, um computador construído em Portugal, focado essencialmente no ensino. A ferramenta era gratuita para os estudantes do primeiro escalão de ação social escolar, mas com um máximo de 50 euros para qualquer outro aluno. Uma medida que visava claramente mudar as salas de aulas com tecnologia, promovendo a literacia informática nos mais jovens.
Passados 10 anos sobre essas medidas a realidade é bem diferente. Segundo o relatório da DGEEC (Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência), no ano letivo de 2008/2009, com a introdução do Magalhães, havia um computador por aluno nas salas de aula. Um salto significativo quando no ano anterior a média era de 15 alunos por PC, e recuando a 2001/2002 havia praticamente um computador por sala de aula. Mas saltando para o presente, a média está novamente a aumentar. À semelhança do ano passado, atualmente existe uma média de sete alunos para cada computador na sala de aula (6,6).
Apesar do agravamento do primeiro ciclo, os alunos mais velhos, do segundo, terceiro ciclo básico e secundário, mantiveram uma média constante de dois a três alunos por computador, mas neste momento são quatro estudantes para cada máquina.
O programa, que teve uma parceria com a JP Sá Couto, apenas teve uma duração de dois anos, tendo chegado ao fim em 2011, e partir daí a média de alunos por computador subiu, justificado pela incapacidade de os agregados familiares adquirirem um computador para os seus filhos. De ter em conta ainda que a partir do ano letivo de 2017/2018, os tablets passaram a contabilizar como computadores.
Segundo relata o Diário de Notícias, além da média dos computadores ser limitado por cada aluno, há ainda o problema de que nem todos estão sem acesso à internet. Já para não dizer que muitos dos computadores presentes na sala de aula estão obsoletos, com uma média de 10 anos. Este problema é um dos temas mais focados pelos diretores no processo de ensino e aprendizagem, referiu ao jornal o diretor da Associação Nacional de Diretores e Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima. É referido que a Internet é uma ferramenta cada vez mais utilizada no ensino, mas muitos professores têm sempre de preparar uma plano B, para quando falha o sinal.
Segundo o presidente da ANDAEP, o projeto Magalhães falhou, sendo associado a "uma grande propaganda política" do Governo de José Sócrates, tendo sido praticamente imposto às escolas, sem um período anterior de preparação e sensibilização. Em conclusão, os docentes não utilizavam o computador nas salas de aula e os alunos acabariam por utilizá-los em casa para jogar...
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