Com o número de casos de COVID-19 em Portugal a crescer, todos os materiais hospitalares são essenciais para garantir a proteção dos profissionais de saúde e diminuir a probabilidade de propagação da doença. Para dar resposta às necessidades urgentes de quem está na linha de combate, surgem várias iniciativas por parte de universidades e empresas nacionais, assim como de movimentos de voluntários, que querem ajudar na luta contra a COVID-19 ao produzir equipamentos de proteção através de impressão 3D.

Na capital, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa criou uma linha de montagem para a produção de viseiras em parceria com o Departamento de Engenharia Mecânica e Industrial (DEMI) e com a colaboração do FCT Fablab. A FCT NOVA avança que já produziu mais de 400 máscaras que estão a ser entregues em hospitais em Lisboa.

Na linha de montagem está uma equipa de 30 pessoas, incluindo professores, alunos de doutoramento e de mestrado. A equipa está a trabalhar todos os dias para responder às necessidades dos profissionais de saúde, sendo capaz de produzir cerca de 100 máscaras por dia. A faculdade tem uma equipa de alunos de Engenheira Mecânica a responder a um pedido de 500 máscaras para o contacto com o público por parte da Administração Regional De Saúde Do Alentejo.

Aos esforços da FCT NOVA juntam-se os do IADE que desenvolveu de raiz um projeto de design e produção de viseiras validado por profissionais de saúde, e respeitando a regulamentação em termos de material e higiene. A faculdade da Universidade Europeia avança que o projeto está em fase de protótipo, mas já foram desenvolvidas 360 máscaras em apenas 2 dias.

Em pareceria com a empresa de produção digital Ondagrafe, o IADE já tem em desenvolvimento a produção de mais de 600 viseiras, num total de 960, que serão doadas aos Hospitais Beatriz Ângelo, Santa Maria, Amadora Sintra e Estefânia.

O Instituto Superior Técnico em Lisboa e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa também se juntaram para fazer face à falta de material hospital. O Departamento de Engenharia Mecânica está a desenvolver viseiras de proteção para os profissionais de saúde através da impressão 3D e convida todas as empresas especializadas a fazerem parte da iniciativa. A equipa já entregou viseiras fabricadas no seu laboratório no hospital Fernando Fonseca, na Amadora, avança o IST.

Iniciativas de impressão 3D na luta contra a COVID-19
Viseiras de proteção produzidas pelos investigadores do Instituto Superior Técnico créditos: IST

Já em Coimbra, o Instituto Superior de Engenharia está a desenvolver óculos e viseiras para profissionais que estão a tratar pacientes diagnosticados com a COVID-19. O ISEC vai produzir cerca de 50 unidades por dia e a primeira centena será entregue ao Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.

Iniciativas de impressão 3D na luta contra a COVID-19
Exemplar de viseira produzida pelo o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra. créditos: ISEC

O modelo dos materiais foi concebido por professores e investigadores do no Laboratório de Biomecânica Aplicada. A universidade avança, em comunicado, que o projeto recorre à otimização geométrica de forma garantir que os óculos e viseiras são ergonómicos, que se adaptam a qualquer rosto, e que são de fácil montagem e utilização, além de protegerem totalmente a face que quem os usa.

Empresas e entusiastas da impressão 3D na luta contra a COVID-19

As startups e empresas nacionais, assim como a comunidade de entusiastas de impressão 3D estão a mobilizar-se em torno da luta contra a COVID-19. Recentemente, a Fan3D colocou à disposição das instituições médicas a sua tecnologia de impressão para o que for necessário. A empresa está a ajudar o Hospital de Setúbal a colmatar a falta de viseiras para a proteção facial dos médicos. Em Braga, as startups Displax Multitouch Technologies, a EDIGMA e a Movik também se uniram para produzir viseiras de proteção para os profissionais de saúde que serão entregues nos hospitais e lares de idosos locais.

O #SOSCOVID e o CovidZero são dois projetos que reúnem empresas especializadas em impressão 3D, como a 3Dways, e iniciativas como o Movimento Maker Portugal, na produção de viseiras destinadas aos profissionais que lidam diariamente com pacientes infetados. A primeira iniciativa conta já com uma capacidade de produção de 800 equipamentos por dia, tendo já entregue, até à data, 5.033 a entidades de saúde. A segunda já entregou mais 800 viseiras a hospitais, centros de saúde e lares de idosos.

De norte a sul do país, os 8.500 voluntários do Movimento Maker Portugal, um grupo fundado por Bruno Horta, estão a ajudar as instituições de saúde das regiões onde vivem. Na Madeira, por exemplo, Câmara Municipal de Câmara de Lobos recebeu recentemente 100 máscaras de proteção facial fabricadas por Hugo Abreu, um dos membros do movimento. De acordo com o Diário de Notícias da região, o jovem já tinha oferecido um lote de viseiras à corporação de Bombeiros Voluntários local.

No Porto, uma das regiões de Portugal mais fortemente afetada pela pandemia, o laboratório de fabricação de projetos digitais VivaLab está a produzir viseiras para hospitais e centros de saúde.

Em apenas 5 dias de trabalho, a equipa conseguiu ultrapassar a marca dos 2000 equipamentos produzidos. Ao todo, são feitos diariamente 600 viseiras e 200 óculos. O FabLab do Alto Minho também se juntou à causa e, em parceria com o Município de Arcos de Valdevez, começou a produzir viseiras de proteção.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com informação sobre a iniciativa da Displax Multitouch Technologies, a EDIGMA e Movik (Última Atualização: 19h06)

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