As buscas que ontem a  Polícia Judiciária e o Ministério Público efetuaram em 16 locais foram realizadas no âmbito da operação Caretos 2 (C4R3T05 II), que agora visava a identificação dos responsáveis por vários ataques informáticos contra várias entidades públicas, entre os quais os do último dia 25 de abril.

Nesta data terão sido realizados ataques a várias páginas de Internet de entidades públicas e ao site da própria Polícia Judiciária. O site Tugaleaks, fundado por um dos detidos numa operação do género no início do ano passado divulgou o ataque. Segundo esta fonte, estes ataques terão visado o Supremo Tribunal de Justiça, Citius e Parlamento, para além da já referida PJ. O site do BES também terá sido alvo do mesmo tipo de tentativa de ataques (DDoS ou de negação de serviço), mas acabou por permanecer disponível na maior parte do tempo, referia ainda o site.

A operação não levou à detenção de nenhum dos suspeitos, como comunicou já a Procuradoria Geral da República, mas fez 14 arguidos, que ficam sujeitos a termo de identidade e residência. Estes juntam-se a um grupo de arguidos já constituídos na primeira fase da operação, em fevereiro de 2015, somando-se agora um total de 31 arguidos no processo.

A ação policial da operação Caretos 2 envolveu dezasseis buscas domiciliárias e a identificação e localização de suspeitos, os quais a Polícia Judiciária admite que estão envolvidos na prática de crimes de sabotagem informática (“DDoS”), de dano informático (“defacing”), de acesso ilegítimo (“hacking”) e de acesso indevido (“exfiltração de dados”), cometidos contra diversos sistemas informáticos do Estado Português e de empresas relevantes do sector privado. 

No ano passado, no âmbito da operação Caretos, a PJ deteve 7 pessoas, entre as quais Rui Cruz, fundador do site Tugaleaks.