Apesar de ter sobrevivido muito mais tempo do que a duração inicialmente prevista, foi uma tempestade de areia que acabou por condenar o rover da NASA Opportunity, o bravo explorador robótico do solo de Marte. A tempestade que decorreu em junho do ano passado impediu que os seus painéis solares recebessem luz solar, destinando-o a um jazigo de pó, ainda que a agência espacial norte-americana tentasse reativá-lo, sem sucesso. Mas nem tudo se perdeu com o rover, que circulava pelo planeta desde 2004. Os cientistas procuram explicar o que aconteceu com a água do planeta, teorizando um destino semelhante ao seu rover.
Ou seja, violentas tempestades foram lapidando o planeta, removendo a água da superfície de Marte. Segundo a NASA, até há cerca de quatro mil milhões de anos atrás o planeta tinha cerca de 20% da sua superfície coberta de água, graças à proteção da sua densa atmosfera. No entanto, Marte perdeu o seu campo magnético, tornando-se vulnerável aos ventos solares com grande capacidade destrutiva, que acabaram por eliminar muito da sua atmosfera.
Exposta, a superfície marciana foi atingida por tempestades de areia que acabaram por limpar os lagos e oceanos e a água foi desaparecendo.
Os cientistas afirmam que as partículas de água na atmosfera conseguem chegar aos 20 quilómetros de altitude, mas segundo dados de observação da sonda ExoMars, as tempestades de areia que “mataram” o Opportunity levantaram moléculas até 80 quilómetros da superfície, interferindo com o ciclo da água do planeta. A essa altitude, o fenómeno fez com que a água fosse desfeita e as suas partículas de oxigénio e hidrogénio fossem carregadas com as partículas solares e espalhadas pelo espaço, anulando dessa forma a sua condensação e o regresso de volta à superfície.
A NASA tem diversas provas de que Marte tinha rios, lagos e até talvez oceanos há vários milhares de milhões atrás. As superfícies com químicos de salina, os leitos de rios secos e a geografia de algumas áreas provam a existência abundante de água. A questão que se coloca é como é que esta desapareceu.
Os cientistas têm interesse em estudar as tempestades de areia em Marte para se prepararem em futuras missões, sejam elas a própria chegada do Homem ao planeta ou simples utilização de robots. Um dado curioso, é que Marte tem muitos remoinhos de vento, que ajudam a limpar os painéis solares dos equipamentos, como o Opportunity, mas estes desaparecem durante as tempestades, na altura em que são mais precisos.
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