O Rodent Research-8 é uma das investigações que vai estar em curso na Estação Espacial Internacional na atual missão e envolve amostras e colaboração da academia, indústria e agências governamentais, que vão partilhar uma base de dados também aberta ao público. O estudo examina a fisiologia do envelhecimento e o efeito da idade na progressão da doença usando grupos de ratos jovens e velhos, transportados para o espaço, enquanto outros são mantidos na Terra.
"O objetivo é expor os ratos à microgravidade e rastrear as mudanças fisiológicas", explica Michael S. Roberts, cientista-chefe adjunto do Laboratório Nacional dos EUA. “Amostras de tecido de animais voando pelo espaço são extremamente valiosas para a pesquisa biomédica e as oportunidades de usar a estação espacial são limitadas a algumas missões por ano. Esta investigação foi concebida principalmente para fornecer à comunidade de pesquisa biomédica na Terra tecidos de ratos expostos à microgravidade".
Não é a primeira vez que os cientistas estudam estes efeitos no espaço, e análise anteriores mostraram que o tempo gasto em microgravidade causa perda de densidade óssea, disfunção imunológica, problemas cardiovasculares, como enrijecimento das artérias e perda de massa muscular esquelética e força em humanos e modelos de roedores. Essas mudanças lembram o envelhecimento na idade das pessoas na Terra, mas acontecem mais rapidamente.
A microgravidade não parece ser a única causa neste envelhecimento precoce e a exposição à radiação, stresse e outros fatores são também considerados. Em 2016 o astronauta Scott Kelly passou um ano no espaço enquanto o seu irmão gémeo ficou em Terra, e as alterações genéticas e na morfologia desta mudança foram analisadas. Segundo a NASA, Scott Kelly cresceu 5 centímetros no espaço mas perdeu também densidade óssea.
A experiência Rodent Research-8 mantém um grupo de ratos jovens (10-16 semanas de idade) e outro grupo de ratos mais velhos (30-52 semanas de idade) na estação espacial por diferentes períodos de tempo - aproximadamente 30 e 60 dias - para tornar possível examinar o que acelerou o processo de envelhecimento. Os investigadores também planeiam observar os níveis de atividade dos diferentes grupos, esperando que os ratos mais jovens sejam mais ativos do que os mais velhos. Sabe-se que a atividade, ou exercício, afeta a taxa de perda óssea e muscular em ratos, tal como acontece nos humanos.
Uma melhor compreensão das mudanças no corpo que ocorrem no voo espacial pode contribuir para o desenvolvimento de contramedidas e terapias que protejam a saúde dos astronautas e ajudem as pessoas com doenças e condições relacionadas à idade na Terra.
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