Está oficialmente inaugurado o novo Laboratório Digital Forense (LDF) da Polícia Judiciária, que é parte essencial do “processo de transformação” em curso na PJ, de passagem de uma visão analógica para uma visão digital, que irá incorporar inteligência artificial “em todas as aptidões”.
As palavras são de Luís Neves, diretor nacional da PJ, que apresentou as novas instalações hoje inauguradas como um dos laboratórios digitais forenses mais avançados, “no qual foram investidos até ao momento quase sete milhões de euros”. Definiu ainda como objetivo “investir e reforçar os meios” na recuperação de ativos, “que permitam a rápida deteção e apreensão de bens”.
O novo Laboratório Digital Forense da PJ conta com uma equipa de mais de 60 especialistas de polícia científica que se dividem por várias salas, equipadas com as tecnologias mais recentes, para fazer a análise de evidências extraídas da desmontagem, peritagem e extração de dados dos equipamentos em análise.
Há também espaço reservado à automação digital para perícias forenses balísticas, com o recurso a uma ferramenta que recorre a técnicas de Inteligência Artificial.
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Luís Neves referiu ainda que até 2025 o número de peritos na área tecnológica e informática terá triplicado face a 2018, uma área encarada como crítica, cuja falta de meios era “em parte o grande obstáculo ao desenvolvimento célere das investigações mais complexas”.
O LDF “é mais um instrumento à disposição da Policia Judiciária para poder alocar os seus meios às exigências da criminalidade do momento”, referiu o Primeiro-Ministro, que também participou no evento de inauguração do novo laboratório, e que serviu igualmente para comemorar oficialmente o 79.º aniversário da PJ. “Este equipamento, o reforço dos meios humanos, a qualificação dos meios humanos em novas valências, tudo isso contribui para que a justiça seja mais célere”, sublinhou Luís Montenegro.
O governante colocou a o combate ao cibercrime como uma prioridade, a par do combate a outras criminalidades, como a criminalidade económica e a criminalidade que diz respeito aos direitos das pessoas, "por ser uma das matérias que mais coloca em causa hoje a nossa segurança e a preservação muitas vezes até da nossa identidade".
Luís Montenegro partilhou mesmo uma história pessoal de ter apresentado já “três ou quatro queixas”, sobre intervenções falsas postas a circular, feitas com recurso a ferramentas de inteligência artificial.
“Estou a gracejar um pouco, mas isto é de uma gravidade brutal. Uma das últimas que me enviaram era o Primeiro Ministro de Portugal, que está aqui a falar, numa circunstância parecida, a vender um produto financeiro”.
“A dimensão do desafio que quem investiga a criminalidade não pode deixar de ter em conta é brutal”, acrescentou. Para o governante, adulterar a verdade com um impacto destes “é uma coisa avassaladora”, acrescentou.
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