A escassez de semicondutores está a afetar fabricantes em indústrias um pouco por todo o mundo. Para Mark Liu, presidente executivo da TSMC, as tensões entre os Estados Unidos e China foram um dos fatores que contribuíram significativamente para a “crise dos chips".
O responsável da empresa de Taiwan, conhecida por ser a principal fornecedora de chips a empresas como Qualcomm, NVidia, AMD, Apple e Xiaomi, defende que as incertezas em torno da relação entre os dois países levaram a mudanças nas cadeias de produção.
Por um lado, certas empresas tecnológicas duplicaram o número de pedidos às suas fornecedoras de modo a assegurar a sua produção. Por outro, algumas empresas apressaram-se a preencher o espaço deixado pela Huawei após as sanções aplicadas pelos Estados Unidos afetarem o seu negócio.
Citado pela Bloomberg, Mark Liu afirma que a resolução da “crise dos chips” vai depender muito do futuro das negociações entre os Estados Unidos e China. O responsável argumenta também que estratégias como a criação de indústrias de semicondutores por cada país seria algo “economicamente irrealista”.
Recorde-se que tanto os Estados Unidos como a China têm vindo a tomar medidas para reduzir a sua dependência de fabricantes estrangeiras. No caso da China, o governo de Xi Jingping delineou no ano passado um novo plano quinquenal que estabelece como um dos principais objetivos a redução da dependência de tecnologia importada, incluindo chips e semicondutores.
Já nos Estados Unidos, Joe Biden assinou em fevereiro deste ano uma nova ordem executiva, reiterando o empenho em fazer chegar ao terreno uma lei que prevê ajudas de 37 mil milhões de dólares para acelerar a produção de chips no país.
De acordo com a Associação da Indústria de Semicondutores, a indústria norte-americana de semicondutores assegura 47% das vendas mundiais de chips, mas só 12% da produção é integralmente assegurada nos Estados Unidos.
Ainda neste mês, a Intel anunciou que tem planos para fabricar mais chips para outras marcas. A estratégia da empresa norte-americana vai ser consolidada com a construção de duas novas fábricas, que acarretam um investimento de 20 mil milhões de dólares, e através da inauguração de um novo departamento que estará exclusivamente responsável por gerir os negócios de outsourcing de produção da gigante tecnológica.
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