
O BIG Festival promoveu uma sessão com Guilherme Gondin Paulo, da Embaixada do Brasil em Tóquio e Rafael Leal, do ministério dos Negócios Estrangeiros, para discutir as possibilidades de as empresas encontrarem parcerias estratégicas em cada parte do mundo através do Programa Diplomacia da Inovação. O ponto de partida foi o caso de sucesso do Brazil Games Week, um evento que só em 2021 contou com a participação de Embaixadas e Consulados em mais de 20 países, como montra de tecnologia e de videojogos com projeção internacional.
Rafael Leal explicou que a Diplomacia de Inovação se divide em vários pilares, como a marca Brasil, a cooperação técnica e cientifica (quando dois países se juntam para resolver questões mútuas), a cooperação técnica (quando o país tem conhecimento técnico e transfere para outro país), e por fim, a promoção tecnológica.
Veja na galeria imagens do BIG Festival:
A sua missão é promover a imagem do Brasil como um país inovador. Dá o exemplo do Japão e China, países que lembram de imediato o avanço tecnológico. É isso que se pretende para o Brasil, pegando na indústria dos jogos brasileiros e promover, com o objetivo de alterar a perceção geral do país. A outra missão é ajudar o engagement dos ecossistemas de inovação no Brasil com agentes internacionais. Por fim, a ligação entre parceiros brasileiros e outros que estão no estrangeiro.
O Programa Diplomacia Internacional foi criado em 2016 para promover o país como inovador, fomentar a internacionalização das empresas e promover uma rede de empresas para atrair investimentos em ciência e tecnologia. Para tal, foi feita uma análise do ecossistema de inovação. Se for uma produtora de jogos e quer exportar para a Malásia, há que perceber as necessidades do país que pretende alcançar, levantar todas as informações e perceber o que tem de bom ou o que tem em falta. A participação nos grandes eventos internacionais, tais como a Web Summit, a Collision, The Next Web de startups brasileiras é outra componente do programa. Por outro lado, o programa inclui a participação em incubação cruzada com outros mercados, como a Índia, África do Sul e Colômbia.

O caso das campanhas como o Brazil Games Week, Mulheres na Ciência, 200 anos de independência do Brasil acabam por se tornar grandes oportunidades para divulgação das iniciativas tecnológicas.
O SECTEC (Sectores de Ciência, Tecnologia e Inovação) está alocado nas Embaixadas e Consolados. E já existem 55 SECTEC no mundo, a maioria na Europa, em 39 países. O número de atividades em 2021 cresceu sobretudo na Ásia (33,8%), seguindo-se a Europa (32,4%) tendo como objetivo melhorar a presença do Brasil nos diversos mercados.
Guilherme Gondin Paulo diz que é um diplomata de dia na Embaixada do Brasil em Tóquio, mas de noite é um fervoroso PC gamer. E focou-se no Brazil Games Week como uma estratégia para internacionalização. Refere que o Brasil já tem um unicórnio e muitas empresas já exportam os seus jogos. Diz que o sector internacional é favorável para receber os videojogos feitos no país. O seu papel na sua embaixada no Japão é criar laços com as referências no sector de jogos, como a Nintendo.
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Respondendo à chamada decadência da indústria japonesa de videojogos, dá o exemplo do sucesso de Elden Ring ou da Nintendo Switch que já é a quinta consola mais vendida de sempre. Diz que os japoneses têm integrados na sua cultura os videojogos, dedicando muito do seu tempo a jogar, não só com o número de horas que jogam por semana, como o gasto médio em novos títulos. Diz ainda que empresas como a Sony, Bandai Namcom, SEGA, Square Enix são algumas das maiores empresas do mundo de videojogos.
Mas o mobile continua a ser o mercado muito jogado no Japão, a seguir às consolas, sobretudo títulos RPG, puzzles e simulação. Nesse sentido, tem como objetivo de promover a imagem do Brasil no Japão sobre a indústria de videojogos. O Brazil Games Week é estratégico para promover a indústria, através da parceria com a Abragames e a Apex Brasil, numa atuação coordenada de redes de embaixadas e consulados.
Foram escolhidos temas relevantes da sua indústria, como os eSports, indústria de produção, os Serious Games e realidade virtual foram algumas das montras feitas internacionalmente de produtos brasileiros. A localização dos conteúdos nas páginas de informação dos produtos para diversas línguas foi outro ponto estratégico, assim como a realização de um catálogo da oferta brasileira.
Para o plano futuro, procura o interesse da imprensa e empresas do sector de gaming, assim como uma consciencialização interna para a necessidade de apoiar o sector. Para tal, foi anunciado o Brazil Games Week 2022 para os dias 26 a 30 de setembro e já tem quase 30 consolados participantes no evento. Ainda tem o Mercado Japonês de Games, um evento que pretende estabelecer laços com o mercado japonês.
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