Ao longo dos anos, as próteses mecânicas têm evoluído para se tornarem mais naturais e eficientes, e para que se tornem o menos intrusivo possível no quotidiano das pessoas. Ainda assim, o estigma de ter um braço mecânico e complexo torna-se muitas vezes difícil de combinar aspetos como o seu tamanho, peso, força, velocidade, e claro, o custo de aquisição.
Os investigadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, referem ao Techcrunch que muitas das próteses de mãos disponíveis no mercado custam cerca de 10.000 dólares e os seus motores no interior custam centenas de dólares cada um. Embora modelos mais baratos utilizem, claro, materiais inferiores, os investigadores construíram uma mão impressa a 3D, para ser uma opção realmente mais económica para quem necessite de uma prótese. Foi batizada de ADEPT (Adaptively Driven via Elastomeric Passive Transmissions) e pode apanhar bolas e esmagar latas, nos exemplos dos testes feitos com a tecnologia.
É explicado no Science Robotics que as mãos mecânicas necessitam de receber ajustes na força, aplicada em tempo real, utilizando transmissões e peças complexas. A nova mão impressa a 3D tem um motor que ajusta a velocidade e a força sem a necessidade das centenas de componentes mecânicos utilizados nas soluções convencionais. Na nova investigação praticamente todas as peças podem ser impressas em 3D.
Para obter os resultados pretendidos, as mãos têm cordas flexíveis que podem ser apertadas e ajustadas através de um pequeno “carreto” para permitir aos dedos tomarem diferentes posições. A ADEPT utiliza um sistema idêntico, mas contém no centro uma base cilíndrica flexível, cuja forma pode ser modificada ao atar um “tendão” separado à sua volta. Quando este se solta, o seu interior gira mais rapidamente, produzindo movimentos mais rápidos e com maior resposta.
No geral, esta mecânica permite obter variações de velocidade dos movimentos, conforme seja necessário. Mas mais importante, segundo os investigadores, é que o processo de afinação e modificação não requer a troca de mecanismos. Se a mão necessitar de aplicar mais um pouco de força para segurar um objeto, esta ajusta o seu “tendão” em conformidade.
O interessante é que os investigadores alegam que o custo de produção é mais barato que as opções disponíveis, para além do fabrico mais rápido. É referido que é possível imprimir 50 unidades por hora, e cada componente custa menos de um dólar, ficando cada mão por menos de 500 dólares.
O principal obstáculo dos investigadores é a qualidade dos materiais, que nesta fase aguentam cerca de 25.000 movimentos (dos dedos) até começarem a falhar por desgaste. Quando os investigadores encontrarem novas soluções de materiais, este protótipo poderá ser uma alternativa às próteses disponíveis no mercado.
Mas ainda que a tecnologia tenha sido desenhada para ser utilizada em próteses, esta pode ser aplicada nas articulações de robots com pernas e braços, por exemplo, melhorando a sua força e sensibilidade, segundo declarações à Inverse.
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