O relatório Ascendant publicado pela Minsait analisou a forma como a inteligência artificial está a ter impacto no sector do turismo e viagens. Nas suas conclusões é apontado que 40% das empresas dizem que a integração desta tecnologia nas suas operações é melhorar o conhecimento, relacionamento e a experiência do cliente. O relatório analisou o grau de adoção em empresas privadas, mas também em instituições públicas.
O impacto da inteligência artificial no sector do turismo é bastante promissor, sendo registado que 80% das empresas já utilizam IA em pelo menos uma área específica das suas operações diárias. A área com maior impacto da IA no Turismo e Viagens é na gestão de reservas e venda de serviços turísticos. Neste caso, 33% das empresas diz estar a desenvolver casos de uso específicos, como os sistemas de recomendação “hiperpersonalizados”.
Interessante comparar com a perspetiva do lado do consumidor, em que noutro recente estudo, desta vez "Why Generative AI Is A Game Changer For Leisure Travel", da Oliver Wyman, que aponta 40% dos inqueridos já tinha utilizado IA generativa para planearem viagens. A possibilidade de criar itinerários completos, com experiências cada vez mais personalizadas e eficientes são alguns dos pontos destacados. E mais de 75% dos inquiridos estão satisfeitos ou muito satisfeitos com as sugestões da IA generativa, reconhecendo a sua eficácia e utilidade.
Voltando ao relatório Ascendant, olhando para outros casos de uso específicos, um terço das empresas do sector utiliza a IA para a gestão de operações de logística e hospedagem, assim como para promoção turística. Já 22% utiliza a IA para melhorar a experiência e o serviço do cliente no destino, gestão de frotas e rotas, mas também para gerir inventários. Outros pontos de intervenção e uso da IA passam pela gestão de incidências e controlo de cargas e descargas das aeronaves.
“A inteligência artificial emerge como um fator essencial para impulsionar as operações, a inovação e a melhoria contínua no setor de Turismo e Viagens nos próximos anos”, destaca Luís Monção, diretor de Indústria e Consumo da Minsait em Portugal. Acrescenta que as empresas mais bem preparadas para liderar num futuro mais competitivo e dinâmico vão ser aquelas que comecem a adotar e integrar esta tecnologia de forma eficaz e estratégica.
O uso da IA para otimizar processos, aumentar a eficiência operacional e produtividade são para 67% das empresas os principais motivos de integração. Além de melhorar significativamente a qualidade e a personalização da experiência do cliente. Isso depois traduz-se numa maior conversão e fidelização dos clientes.
O relatório destaca ainda que a IA pode ter impacto em atividades básicas, tais como a identificação de tendências emergentes, a gestão de reservas e atividades, marketing, análises preditivas, sistemas de recomendações e processamentos automatizados. Os chatbots permitem personalizar interações com os clientes e os algoritmos ajudam a segmentar.
No caso de empresas ligadas ao sector turístico e viagens, a IA permite analisar, fazer conclusões, identificar padrões e desenvolver ações. Mas existem barreiras para superar, nomeadamente a necessidade de captação de talento com conhecimentos avançados, assim como a falta de mecanismos de governação e segurança.
Para a realização do relatório foram analisadas informações de mais de 900 organizações a nível global, incluindo Portugal, distribuídas por 15 sectores de atividade.
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