Tal como noticiamos no início desta semana, o governo norte-americano está a estudar uma estratégia de prevenção que poderá ajudar a mitigar o problema da violência nas escolas do país. Um dos caminhos que este debate está a tomar é o dos videojogos, que são vistos por alguns responsáveis políticos locais, como estimulantes de alguns dos acontecimentos mais violentos que marcaram a história recente dos EUA.

Videojogos violentos podem vir a ter imposto nos Estados Unidos
Videojogos violentos podem vir a ter imposto nos Estados Unidos
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Depois de, no passado fevereiro, um ex-aluno de uma escola secundária da Florida ter abatido 17 alunos com recurso a uma arma de fogo, Robert Nardolillo, político de Rhode Island, sugeriu que fosse criado um novo imposto sobre videojogos violentos, de forma a dificultar o acesso dos mais novos a estes conteúdos. O dinheiro angariado com este imposto seria depois, de acordo com o representante, aplicado em programas públicos de apoio à saúde mental e aconselhamento familiar.

Esta quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos deu seguimento a este discurso, ao anunciar que tem um encontro marcado com "representantes da indústria dos videojogos". O debate, disse a secretária de imprensa de Trump, vai ser feito em torno de possíveis medidas que possam ser tomadas para proteger as escolas de desastres desta natureza.

Apesar de parecer ao encontro do cerne da questão, que muitos apontam estar na reforma do comércio de armas nos EUA, esta não é uma abordagem nova ao assunto.

A imprensa internacional sublinha que em 1999, depois do ataque numa escola secundária da região de Columbine, que vitimou 15 pessoas, os videojogos violentos e a música heavy metal foram vistos como culpados na atitude dos dois jovens que perpetraram o ataque. Na altura, especialistas defenderam que estes conteúdos tinham uma influência negativa no estado psíquico dos jovens, que, em consequência do seu consumo, podiam sentir-se impelidos a cometer crimes desta ordem.

A Universidade de York publicou recentemente um estudo que conclui não haver provas que sustentem a ideia de causa-efeito entre videojogos violentos e comportamentos criminosos.

O anúncio não esclarece a identidade das pessoas com quem Trump se vai encontrar no âmbito desta iniciativa.