Nos últimos anos, os NFTs, ou tokens não fungíveis, tomaram a Internet de “assalto”. Estima-se que, só na primeira metade de 2021, as vendas de NFTs tenham gerado 2,5 mil milhões de dólares. Ainda neste ano, o NFT da peça “Everydays: The First 5.000 Days”, criada por Mike Winkelmann, também conhecido como Beeple, foi vendido por mais de 69 milhões de dólares.
Porém, um novo estudo defende que o sucesso de Beeple é um caso à parte no mundo dos NFTs e que nem todos os criadores conseguem alcançar valores de vendas com o mesmo “calibre”.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Londres analisou as vendas de 4,7 milhões de NFTs entre junho de 2017 e abril de 2021, representando quase mil milhões de dólares em transações entre mais de 500.000 de compradores e vendedores.
Após analisarem os dados, os especialistas chegaram à conclusão de que apenas 1% é vendido por mais de 1.500 dólares e que 75% dos NFTs vendem por 15 dólares ou menos. Aliás: a maioria das peças disponíveis em mercados online nem chega a ser comprada.
Os especialistas desenvolveram um modelo de machine learning para descobrir o que determina o valor de venda de um NFT, considerando fatores como características visuais, vendas anteriores de NFTs relacionados e a popularidade dos vendedores e compradores.
Embora os três fatores a jogo desempenhem um papel importante na determinação do preço de um NFT, as vendas anteriores de NFTs relacionados são a característica que acaba por ter um maior peso, explicando até 50% da variabilidade de preços, avançam os investigadores.
O estudo detalha que as características visuais determinam entre 10 a 20% da variabilidade do preço de um NFT, com a popularidade dos vendedores e compradores a representar outros 10%.
Os resultados do estudo sugerem que poderá ser possível prever preços com um maior nível de exatidão. Os especialistas defendem que uma melhor previsão dos preços poderia encorajar a criação de uma indústria de NFTs mais matura a nível financeiro, reduzindo riscos associados à sua volatilidade.
Para lá da sua volatilidade, mesmo em mercados online legítimos, internautas mal-intencionados aproveitam-se da “loucura” dos NFTs para tentar ganhar algum lucro.
Ainda nesta semana, o governo norte-americano colocou um conjunto de 57 carteiras de criptomoedas na “lista negra” do Departamento de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC na sigla em inglês) por estarem envolvidas em atividades de lavagem de dinheiro, esquemas de ransomware e interferência em processos eleitorais no país.
Como explicam os especialistas de segurança da Elliptic, entre as carteiras visadas estava uma que controlava um perfil no OpenSea, visto como o maior marketplace de NFTs do mundo, que era dono de 42 NFTs, com um valor estimado de 531.600 dólares, e que acabou por ser eliminado da plataforma.
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