Ao longo do último ano, os esquemas nas redes sociais permitiram enganar e lesar 95 mil utilizadores em 770 milhões de dólares (629,2 milhões de euros). Os dados são da Federal Trade Commission nos Estados Unidos, país de referência para a informação, e revelam que os prejuízos decorrentes destes esquemas mais do que duplicaram em relação a 2020. Acontece o mesmo com o número de vítimas, que em 2020 não foi além das 46 mil.
Por áreas, o crescimento mais expressivo no último ano regista-se em burlas relacionadas com investimentos em criptomoedas. Os dados compilados pelo regulador do comércio mostram que, mais de um terço do valor subtraído a quem foi enganado em plataformas sociais durante o ano de 2021, esteve relacionado com este tema. Os burlões conseguiram roubar 285 milhões de dólares com o pretexto de estar a conduzir as vítimas para investimentos rentáveis.
As burlas concretizadas a partir do envolvimento amoroso das vítimas também dispararam e representaram quase um quarto dos casos (24%). O terceiro tipo de esquema mais prevalente nestas plataformas tem a ver com compras online, que deram o mote para enganar 14% dos utilizadores burlados.
No que se refere às burlas românticas, a FTC explica que, por norma, começam com um pedido de amizade de um desconhecido e terminam com um pedido de dinheiro. Nas compras online, a maior reclamação dos utilizadores burlados teve a ver com compras que não chegaram.
A FCT nota que estas compras foram muitas vezes feitas a partir de anúncios nas próprias redes sociais e aconselha os utilizadores a alterarem as definições do seu perfil, para deixarem de aceitar publicidade direcionada. Estas ferramentas permitem a quem anuncia nas redes sociais mostrar anúncios talhados para os interesses de cada utilizador e, como tal, muito mais apelativos.
O relatório cita o Facebook e o Instagram como as plataformas mais usadas para esquemas amorosos e burlas com compras online. Em relação às primeiras refere que mais de um terço dos utilizadores que admitiram ter perdido dinheiro online citaram relacionamentos iniciados numa das duas plataformas. No que se refere às compras online que nunca chegaram, 90% resultaram de negócios realizados a partir de uma das redes sociais.
Dados divulgados esta semana, em relação a Portugal, colocam também as compras online entre os principais motivos de queixa dos utilizadores enganados online. Por cá representaram 21% das queixas que em 2021 que seguiram para abertura de inquérito.
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