No estudo da Aston University foram analisadas as conversas online que um criminoso sexual condenado manteve com mais de 20 vítimas de 12 anos, em que usou 17 identidades falsas antes de coagir os jovens a enviar imagens de cariz pornográfico.

Os investigadores mostraram que analisando os "movimentos linguísticos" (as unidades funcionais da conversa) do agressor, seria possível ajudar as autoridades a descobrir a sua verdadeira identidade e evitar crimes futuros, já que o infrator deixou escapar várias informações sobre si próprio na tentativa de ter um relacionamento com as crianças em causa.

Emily Chiang, a autora do estudo explica que “o agressor adotou várias identidades diferentes com características diferentes - algumas seriam masculinas, algumas femininas, uma trabalhava para uma agência de modelos - e eu queria comparar cada uma delas em termos de movimentos linguísticos”.

A investigadora identificou 19 formas de aproximação distintas que variavam entre os cumprimentos, até ao “manter uma conversa” e “iniciar tópicos sexuais”.

O chefe da unidade da Dark Web da National Crime Agency defende que, nos dias de hoje, é mais fácil para os criminosos promoverem o crime online e que este estudo “mostra que a análise linguística forense é uma das abordagens comportamentais que podem ser exploradas para aumentar as chances de atribuir identidade aos infratores que se escondem atrás do anonimato online e pode ajudar a avaliar a ameaça que um criminoso representa”.

“Ao enfrentar este desafio, a aplicação da lei não pode confiar apenas em soluções técnicas. Abordagens baseadas no comportamento dos infratores e não apenas no uso de tecnologia têm que ser levadas em conta nas investigações sobre o cibercrime”, esclarece.