O Google Notícias vai voltar a Espanha, onde não estava disponível desde 2014, quando a legislação no país mudou e a empresa não aceitou as regras de passar a remunerar os produtores de conteúdos nos termos aí previstos, para poder continuar a disponibilizar o serviço no país.
Agora, a empresa anuncia que o agregador de notícias vai voltar a Espanha, a partir do próximo ano. A mudança de estratégia deve-se a uma alteração na legislação que vai permitir à empresa negociar caso a caso a remuneração dos produtores de conteúdos.
"Esta é uma boa notícia para os leitores em Espanha. A partir do início do próximo ano, o Google Notícias irá disponibilizar links para notícias úteis e relevantes, de uma ampla gama de fontes, para ajudar as pessoas em Espanha a encontrar mais informações sobre eventos atuais e a mergulhar mais fundo nessas histórias", refere uma nota de imprensa.
Isto abre espaço à Google para apresentar condições distintas a cada meio ou, em última análise, para voltar a agregar conteúdos sem remunerar quem os faz, se o produtor desse conteúdo não se opuser, ou encontrar valor no tráfego adicional gerado pelo serviço.
Espanha foi um dos primeiros países europeus a levantar o debate sobre a remuneração dos conteúdos partilhados por plataformas como o Google Notícias, sem compensar os media que os produzem. Foi também um dos países menos flexíveis, desde então, para fazer alterações à lei que passou a prever o pagamento de um fee mensal a toda a indústria de media, cujos conteúdos fossem distribuídos no agregador.
O regresso do serviço, segundo a Google, vai tornar-se efetivo no início do próprio ano, na sequência da alteração à legislação local de direitos de autor, alterada por um decreto real que vai acomodar as alterações que decorrem da regulação europeia nesta área.
"A nova lei de direitos de autor permite que os meios de comunicação espanhóis - grandes e pequenos - tomem as suas próprias decisões sobre como o seu conteúdo pode ser descoberto e como querem ganhar dinheiro com esse conteúdo", frisa a Google, adiantando que nos próximos meses vai "trabalhar com os publishers para chegar a acordos que garantam os seus direitos ao abrigo da nova lei".
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