A Google anunciou que não irá cumprir os requisitos da nova lei de verificação de factos da União Europeia (UE). A empresa defende que a integração de verificações de factos nos resultados de pesquisa e nos vídeos do YouTube, bem como o uso dessas informações para classificar ou remover conteúdo, “não é apropriada nem eficaz” para os seus serviços.

Numa carta dirigida a Renate Nikolay, vice-diretora-geral da Comissão Europeia para conteúdos e tecnologia, Kent Walker, presidente de assuntos globais da Google, reiterou que a tecnológica não mudará as suas práticas de moderação de conteúdo, avança a publicação Axios. Walker destacou o sucesso da moderação de conteúdos durante as recentes eleições globais como prova da eficácia do sistema atual.

A legislação tornará obrigatórios compromissos até agora voluntários, como a inclusão de verificações de factos nas plataformas digitais. No entanto, a Google afirma que abandonará todos os compromissos relacionados com este código antes que ele se torne vinculativo no âmbito da Lei dos Serviços Digitais (DSA).

Meta troca verificadores de factos por notas da comunidade. Que efeitos vai ter no Facebook e Instagram?
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A decisão surge num momento de intensos debates globais sobre o papel das plataformas tecnológicas na verificação de factos e na moderação de discursos. Meta e X (antigo Twitter) também reduziram recentemente os seus esforços nesta área.

Mark Zuckerberg anunciou a troca dos verificadores de factos no Facebook e Instagram no início deste mês, alegando que há excessos na moderação dos conteúdos. A troca pelas notas da comunidade foi inspirada diretamente naquilo que é feito na rede social X.

Espera-se agora a reação da Comissão Europeia perante a recusa da Google em adotar as novas medidas.