Depois de 18 meses no terreno a trabalhar na melhoria das competências digitais dos portugueses, o programa INCoDe.2030 faz hoje um balanço das iniciativas desenvolvidas nos cinco eixos de atuação na 2ª conferência, que decorre em Lisboa. Entre a apresentação de vários programas desenvolvidos com entidades do sector público, do privado e da sociedade civil, a conferência serve também para anunciar um reforço do financiamento desta área em 23 milhões de euros, coordenado pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
Pedro Guedes de Oliveira, coordenador geral do INCoDe.2030, refere que este não é um programa é “uma missão”, já que o formato não é tradicional e que as mais diversas iniciativas se vão conjugar para se conseguir uma maior inclusão, uma maior aprendizagem nas áreas de TIC e uma força de trabalho mais qualificada que pode aumentar a competitividade e criar uma nova vaga de empreendedorismo. E o objetivo para 2030 não é assim tão longínquo, e na verdade se pensarmos nas crianças que agora iniciam a sua formação escolar este é o ano em que vão concluir a escolaridade obrigatória, lembra.
Embora admita estar contente com os resultados obtidos, Maria Manuel Leitão Marques, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, avisa que é preciso andar muito até 2030 para se cumprirem os objetivos definidos.
“Foi bom termos chegado aqui mas o que temos de fazer este ano é mais exigente”, afirma, lembrando que este trabalho é o grande investimento que se pode fazer no futuro e que o valor que hoje é anunciado de 23 milhões de euros é um investimento nas pessoas. “Não é um programa para máquinas, é para competências, para pessoas”, sublinha.
A ministra fez também o balanço da iniciativa de financiamento de programas de uso de Inteligência Artificial na Administração Pública, que já tem 19 projetos no terreno, e anunciou a abertura de 2 novos concursos, um para projetos mais maduros e outros para iniciativas experimentais.
23 milhões para um Portugal mais digital
Para reforçar as iniciativas desenvolvidas nos cinco eixos estratégicos do INCoDe.2030 o Governo anuncia hoje um financiamento de 23 milhões de euros que vão abranger várias medidas entre 2019 e 2021.
As comunidades criativas para a inclusão digital vão receber mais oito milhões de euros, em conjunto com o programa “Girls and Women in IT” e iniciativas de acesso generalizado dos serviços públicos e privados aos meios digitais. Para o eixo da Educação, com o reforço das competências TIC dos mais jovens, nomeadamente no programa “Computação na Escola”, serão garantidos 6 milhões de euros, enquanto a área da qualificação vai receber 5 milhões de euros, com competências digitais em sistemas informáticos avançados, programação, automação e robótica, e na formação avançada a nível pós-graduado em tecnologias da informação, comunicação e eletrónica.
O Governo reservou ainda 4 milhões de euros para a para o eixo de Especialização, que pretende especializar e requalificar licenciados em tecnologias da informação e comunicação.
Do conceito para a operacionalização em 18 meses no terreno
O programa InCoDe.2030 foi lançado em abril de 2017 e apesar de estar “no terreno” há 18 meses, vários coordenadores dos eixos integrados na iniciativa admitiram que vários projetos estiveram numa fase experimental durante estes meses e que só agora começam a ser disseminados. É o caso das comunidades criativas para a inclusão digital (CCID), e Sofia Marques da Silva, coordenadora do Eixo 1, recorda que há um ano havia uma ideia de como se podia organizar e que hoje os laboratórios já dão lugar a modelos que podem ser transferidos para o terreno.
Hoje estão criadas 10 comunidades (CCID) que no interior do país pretendem desenvolver modelos de ação para a inclusão digital, e algumas delas subiram esta manhã ao palco para contar as suas experiências de envolvimento das populações mais fragilizadas, sobretudo séniores.
Mas outras iniciativas deram continuidade a ideias e projetos que já estavam a rolar entre as comunidades educativas e que já têm máquinas bem montadas, como a “Programação e Robótica no Ensino Básico”, que envolveu mais de 1.100 professores e chegou a cerca de 65 mil alunos. Mas ainda assim estes novos investimentos não escaparam a criticas das associação dos professores de informática que dizem que havia mais (e melhor) onde gastar o dinheiro.
Na área de Qualificação o balanço feito indica que nas formações específicas nas áreas TIC para a produção de conteúdos e serviços online foram abrangidos mais de 12.500 portugueses, enquanto no Eixo 4 são apontados os números mais recentes de candidaturas ao ensino superior em que 12% dos alunos escolheram as áreas de TIC como primeira opção.
Também no eixo da Investigação os números apresentados pelo InCoDe.2030 apontam o programa em Ciência dos Dados e Inteligência Artificial na Administração Pública, promovido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, e o financiamento de 19 novos projetos de I&D que envolviam parcerias entre a administração pública e instituições científicas.
Nota da Redação: a notícia foi atualizada com mais informação durante a conferência. Última atualização 11h44.
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