O "escândalo Cambridge Analytica", que veio a público no passado mês de março, não parece ter terminado com o fim da empresa. Apesar de as apps afetas à consultora terem sido banidas da rede social, por utilização indevida de dados pessoais pertencentes aos seus utilizadores, o Facebook continua a conduzir uma investigação às restantes aplicações que ali operam para aferir até que ponto estas não reproduzem comportamentos semelhantes. O resultado, em cinco meses de análise, é de 400 aplicações suspensas.

As perguntas (e respostas) mais importantes sobre o caso Cambridge Analytica/Facebook
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Na última auditoria, a tecnológica de Mark Zuckerberg tinha anunciado a suspensão de 200 apps. A rede social anunciou que estava a conduzir toda esta investigação por existirem preocupações "com os programadores que as desenvolveram e com o rumo que foi dado às informações que os utilizadores decidiram partilhar com alguns destes programas". Num post feito na passada quarta-feira, no seu blog oficial, o Facebook adiantou que estava a investigar algumas das possíveis utilizações dadas a estas informações.

Uma das apps em análise, que foi entretanto banida, é a myPersonality. A rede social adianta que os responsáveis decidiram não cooperar com uma auditoria ao funcionamento da mesma e porque era claro "que a empresa teria partilhado dados privados com investigadores e outras empresas alheias às suas operações". Desde o início da sua atividade, quatro milhões de pessoas decidiram partilhar os seus dados com a app. Todos estes perfis vão agora ser notificados pelo Facebook.

Em paralelo, o Facebook está também a lidar com o facto de uma das suas aplicações se ter tornado incompatível com as regras de segurança da App Store da Apple. A Onavo teve de ser retirada da loja, uma vez que as novas diretrizes impediam a recolha de dados ao programa - pelo menos da forma que este o fazia. De acordo com a imprensa internacional, a app em questão utilizava um serviço de VPN para analisar a atividade do utilizador no smartphone, de forma a recolher informações acerca de produtos concorrentes.

"Com a última atualização feita às nossas diretrizes, deixámos explícito que as aplicações não devem recolher informações acerca de outras aplicações que possam estar instaladas no equipamento de um utilizador para fins analíticos ou publicitários", explicou a Apple num comunicado referente à Onavo.

Em resposta, o Facebook defendeu-se sublinhando que sempre foi claro acerca do funcionamento desta app. A Onavo ainda se encontra disponível para Android, através da Play Store.