A disputa por talento é um tema que se coloca cada vez mais às empresas, sobretudo em áreas onde a escassez de recursos começa a ser um problema e as estratégias para chegar às competências desejadas tem de se diversificar. Uma das vertentes onde as estratégias das empresas para chegar ao talento de que precisam se tem claramente intensificado e renovado é na aproximação a quem sai das universidades e dá os primeiros passos na carreira, como mostram as feiras de emprego, os bootcamps e os programas de estágios de verão, todos eles cada vez mais frequentes.
A recém anunciada parceria da NOS com a startup portuguesa Networkme é outro sinal disso mesmo. A operadora juntou-se a uma plataforma que já reúne 13 mil alunos e 50 empresas, que ali colocam ofertas de emprego e garantem acesso facilitado a uma base de talento, que podem conhecer melhor antes de contratar e que está aberta a trabalhar competências que adequem o seu perfil àquilo que o mercado precisa.
Como explica Felipe Vieira, co-fundador e CEO da Networkme, a ideia de criar o projeto surgiu quando estava a terminar o curso e percebeu que “a maior dor dos jovens hoje é não saberem o que vão fazer após a faculdade”. Os promotores do projeto também constataram que “muito disso deve-se ao facto de existir ainda um gap entre aquilo que é ensinado na universidade e as competências que o mercado exige”.
Mesmo com tantas empresas a precisarem de talento jovem, a proximidade da academia com o mercado de trabalho ainda tem uma larga margem para ser trabalhada, acredita a startup, e foi com a intenção de estreitar essa distância que nasceu a Networkme.
Uma das particularidades da plataforma está nos desafios que coloca aos alunos inscritos online, que pretendem contribuir para desenvolver competências relevantes para a entrada no mercado e que também vão ajudar as empresas a caraterizar o talento disponível. Estes desafios estão pensados em formato de gaming, para se tornarem mais apelativos para os candidatos e são construídos em parceria com as empresas. Já foram realizados perto de seis mil, desde que o projeto foi lançado, em setembro do ano passado.
“Cada função tem uma lista de competências procuradas e os desafios são elaborados para que os candidatos ponham à prova essas mesmas skills”, explica Felipe Vieira. “Para cada vaga e processo existem diferentes desafios. Mas os utilizadores podem realizar as atividades e desenvolver-se mesmo que não estejam a participar de um processo seletivo”, acrescenta o responsável.
Os desafios podem ter como mote pequenas e simples estratégias de negócio, ou servir para validar a compreensão relativamente à forma de aplicação de determinadas tecnologias, tendo sempre como foco desafios que os profissionais enfrentam no dia a dia, relacionados com estratégias de go to market, aplicação de tecnologia, estratégias de vendas ou de marketing de produtos, por exemplo. “Cada desafio/jogo, inclui ordenar corretamente uma sequência de tarefas, priorizar com uma sequência de cores uma listagem de processos na ordem correta, entre outras”, exemplifica Felipe Vieira.
Para os estudantes a utilização da Networkme é gratuita. Para as empresas há três modelos de subscrição, com preços a partir de 99 euros por mês. O pacote standard dá acesso à plataforma, ao site e ao back-office, bem como a insights sobre perfis de estudantes, a possibilidade de criar eventos e iniciativas de Employer Branding e de anunciar cinco oportunidades de trabalho em simultâneo. Os planos mais completos acrescentam extras, como campanhas, acompanhamento personalizado do seu processo, ou a possibilidade de anunciar ofertas de emprego de forma ilimitada, entre outros.
Até final do ano, a Networkme quer atrair 80 mil estudantes, à procura do primeiro emprego. Desde que foi lançado tem conseguido fazer crescer a comunidade de estudantes a um ritmo de 25% ao mês. Do lado das empresas, já conta com clientes como a Sonae, The Navigator Caompany, Moneris, Askblue ou Calzedonia.
A Networkme não consegue quantificar o número de candidatos que já conseguiram encontrar emprego graças à plataforma. O foco do projeto está orientado para agregar o maior número de candidatos possível e colocá-lo à disposição das empresas. “A partir do momento em que existe a ligação e o interesse de ambas as partes, os dados saem do nosso alcance”, admite Felipe Vieira.
A startup consegue no entanto confirmar que, embora a Networkme seja sobretudo uma montra de talento jovem, que vai atrair essencialmente a procura de perfis juniores, nem todas as ofertas que por lá passam são para estágios. “As empresas com as quais trabalhamos procuram profissionais variados para diferentes funções, cargos e desafios”, assegura Felipe Vieira.
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