A ação conjunta da UNC3T e UNCC, duas unidades da Polícia Judiciária, desmantelou uma rede criminosa que utilizava plataformas tecnológicas de vendas de bens e serviços para cometer fraudes. Ao todo foram detidos 24 indivíduos, 11 homens e 13 mulheres, com idades entre os 22 e 49 anos. Os suspeitos são acusados de crimes de burla online e branqueamento dos ganhos obtidos. A operação colocou no terreno 97 agentes da Polícia Judiciária, tendo sido realizadas 21 buscas domiciliárias e 10 buscas não domiciliárias, na zona da grande Lisboa, refere o comunicado.

A PJ explica que os suspeitos simulavam a venda de bens, entre os quais automóveis de alta gama, por um preço inferior ao seu valor de mercado, ou o arrendamento de imóveis através de plataformas online, como o Airbnb. As vítimas, que na maioria eram estrangeiras, faziam pagamentos em adiantado, através de transferências bancárias, para contas abertas em Portugal. As vítimas das burlas mencionaram que depois de pagarem os bens e serviços, os mesmos não lhes eram disponibilizados.

A investigação, embora tivesse Portugal como base, teve repercussões em outros países da Europa onde residem as vítimas: Alemanha, Áustria, Espanha, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, República Checa e Turquia. A PJ estima que o valor dos crimes seja de 1,5 milhões de euros, nesta fase de apuramento. O branqueamento dos capitais dos crimes era feito em Portugal, assim como a mobilização e posterior envio de “lucros” para os restantes elementos da rede criminosa.

Os inspetores da Polícia Judiciária continuam as investigações para apurar a natureza e a real dimensão desta atividade criminosa. Para já, os suspeitos detidos serão presentes ao primeiro interrogatório judicial para saberem quais as medidas de coação a aplicar.