Para compreender melhor os impactos sociais e socioeconómicos da pandemia de COVID-19, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) uniu forças com a Comissão Europeia (CE). O resultado é o dashboard Rapid Action Coronavirus Earth observation, também conhecido como RACE, que recorre a dados de satélite de observação da Terra para medir o impacto das medidas tomadas neste contexto e monitorizar a recuperação da Europa. No entanto, Portugal não faz parte dos países onde essas informações vão ser analisadas.

Divulgada esta sexta-feira num evento online, no Dia Mundial do Ambiente, a ferramenta monitoriza os principais parâmetros a nível ambiental. Por isso, questões como a qualidade do ar e da água e as atividades económicas e humanas, incluindo a indústria e tráfego, são analisadas.

RACE

Com o isolamento social a ditar uma melhoria da qualidade do ar em pleno Estado de Emergência no país, e um pouco por todo o mundo, o rastreamento dos níveis de poluição é um dos recursos da plataforma. Através de dados do satélite europeu Copernicus Sentinel-5P, o mapa mostra as concentrações médias de dióxido de nitrogénio nas principais cidades e regiões do mundo.

O RACE demonstra ainda de que forma a inteligência artificial (IA) pode ser utilizada para monitorizar indicadores económicos. Tal como o diretor do programa de Observação da Terra da ESA ,Josef Aschbacher, explica, a combinação de IA com dados comerciais de satélites pode monitorizar alterações de produção no volume de carros de um fabricante de automóveis na Alemanha. Para além disso, permite ainda analisar o tráfego no aeroporto de Barcelona. “Dados exclusivos do espaço são fundamentais para apoiar a gestão de crises durante a pandemia de coronavírus", considera Josef Aschbacher.

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Também Pierre Delsaux, vice-diretor geral da indústria de defesa e espaço da CE, destaca a importância do RACE, numa altura em que a Europa está a tentar “renascer” da pandemia. "O RACE mostra o papel que o programa espacial da UE pode desempenhar na recuperação sustentável e de longo prazo da Europa”.

Para além de dados do satélite europeu e de outras missões da ESA, a ferramenta recorre ainda a outras "fontes". Vodafone e AirBus são algumas delas.