A Polícia Judiciária desencadeou esta manhã uma megaoperação denominada por “Bad Way”, no combate à fraude digital através da aplicação bancária MB Way. Até ao momento foram detidos 17 suspeitos, dos quais 11 homens e seis mulheres, pela prática de centenas de crimes de burla informática agravada, falsidade informática e acesso ilegítimo às contas das vítimas, refere a PJ no comunicado.

É referido que as detenções ocorreram em Lisboa e zonas do Alentejo, depois de uma investigação das burlas associadas ao MB Way. A Polícia Judiciária estima que o grupo de suspeitos tenha burlado mais de mil pessoas através do sistema de envio de mensagens que levam as vítimas a entregar os códigos de acesso das respetivas contas bancárias.

Os suspeitos vão ser presentes ao primeiro interrogatório judicial, de forma a serem encontradas as medidas de coação a aplicar.

Ainda a semana passada, no dia 28 de abril, a Polícia Judiciária, através da sua Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), desencadeou a operação BITPHISH somando um total de 31 mandatos de busca que deram origem a seis detenções (quatro homens e duas mulheres com idades entre os 25 e 70 anos) e foram ainda constituídos mais 10 arguidos.

Foram apreendidos cerca de 200 mil euros em dinheiro, um prédio urbano, um automóvel, uma arma de fogo e outros elementos que vão servi de prova aos crimes praticados. “Em causa, está um grupo criminoso organizado, fortemente indiciado da prática dos crimes de burla informática, falsidade informática, acesso ilegítimo, branqueamento de capitais e associação criminosa”, disse a PJ em comunicado.

Os suspeitos terão utilizado técnicas de phishing bancário, através de modalidades de smishing e vishing nas suas burlas. Ou seja, os burlões enviam uma mensagem SMS disfarçada de comunicação de instituição bancária, contendo um texto padrão para induzir as vítimas a carregar num link para, supostamente, evitar uma multa. Ao acederem ao website, este tinha um aspeto semelhante ao do banco, de forma a enganar as pessoas para introduzir as suas credenciais de acesso ao homebanking.

De recordar que Portugal é o segundo país do mundo com mais ataques de phishing, segundo dados da Kaspersky. Em 2020 foram identificados cerca de 430 milhões de tentativas de ataques de phishing a nível global. No que diz respeito aos países mais afetados, o Brasil lidera a tabela do top 10 com o maior número de vítimas afetadas, somando 19,94%. Portugal surge logo em segundo lugar, com 19,73% do total de ataques.