Em preparação para as eleições presidenciais norte-americanas, o Twitter decidiu declarar "guerra" aos conteúdos manipulados. A partir de 5 de março, todos os Tweets que contenham algum tipo de imagem ou vídeo do género passarão a ter um aviso de forma a alertar o público e evitar a disseminação de informação falsa. Um vídeo partilhado pela conta de Donald Trump tornou-se na primeira publicação a ganhar uma etiqueta de conteúdo manipulado.

A publicação foi originalmente partilhada por Dan Scavino, diretor de redes sociais da Casa Branca, e depois retweetada pelo presidente norte-americano. O vídeo em questão demonstrava uma montagem de um discurso de Joe Biden. O conteúdo foi editado de forma a dar a entender que o antigo vice-presidente e atual candidato democrata à presidência estava acidentalmente a apoiar a reeleição de Donald Trump.

Tweet partilhado por Dan Scavino e depois por Donald Trump
Tweet partilhado por Dan Scavino e depois por Donald Trump

Embora a rede social tenha identificado o vídeo como conteúdo manipulado, a etiqueta não aparece diretamente no perfil de quem partilhou o vídeo, surgindo apenas na timeline dos utilizadores que o seguem. Em declarações ao The Washington Post, Katie Rosborough, uma porta-voz do Twitter, esclareceu que a empresa está a desenvolver uma solução para o problema.

Já mais tarde, o Facebook decidiu agir e identificou a publicação partilhada por Donald Trump como “informação parcialmente falsa”. O aviso colocado pela empresa remete para uma explicação por parte do grupo de fact-checkers independentes do website Lead Stories.

Publicação de Donald Trump no Facebook
Publicação de Donald Trump no Facebook

No entanto, para os responsáveis por trás da campanha eleitoral de Joe Biden a atuação do Facebook não foi rápida o suficiente. Ainda antes de a rede social o ter identificado como informação potencialmente falsa, o vídeo contava já com 1 milhão de visualizações. “[O Facebook] preocupa-se unicamente com dinheiro e, por isso, está disposto a ser um dos meios mais eficazes de disseminar vis mentiras”, declarou Greg Schultz, gestor de campanha do candidato democrata à imprensa internacional.

Recorde-se que no início de 2020, o Facebook voltou a anunciar a chegada de novas medidas para tentar travar disseminação de informação falsa na plataforma. No entanto, optou por manter a presença de anúncios políticos, mesmo depois de enfrentar o escrutínio do público por permitir intervenções de políticos que se podem constituir como desinformação.

Ainda em fevereiro deste ano, o Twitter anunciou uma série de novas medidas contra a disseminação de informação falsa. A empresa indicou que queria ser mais proativa no que diz respeito à monitorização da desinformação e, por isso, estava a planear utilizar símbolos de alerta para chamar à atenção dos utilizadores que se depararem com mensagens enganadoras, nomeadamente da parte de políticos e outras figuras mediáticas.

Acabaram-se os anúncios políticos no Twitter
Acabaram-se os anúncios políticos no Twitter
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Anteriormente, o Twitter anunciou que os líderes políticos que estão na sua plataforma não estão acima das regras. A rede social liderada por Jack Dorsey deu a conhecer que medidas tomaria caso um governante publicasse algo que ia contra as suas políticas de moderação. Um mês mais tarde, o Twitter decidiu distanciar-se de toda a polémica que envolve a propaganda política nas redes sociais e proibiu todos os anúncios dessa índole.