A Google concordou em pagar uma multa entre 150 a 200 milhões de dólares à Comissão Federal do Comércio (FCT) por, alegadamente, violar a Lei Federal de Proteção à Privacidade Online para Crianças (COPPA, na sigla em inglês), avança o POLITICO segundo informações de uma fonte próxima à empresa.

A decisão segue uma investigação da entidade norte americana responsável pela concorrência a pedido de um conjunto de grupos privados de proteção dos direitos do consumidor e de figuras políticas, em julho deste ano. Segundo a queixa, o YouTube estaria a recolher os dados das crianças que utilizavam a plataforma, utilizando-os para apresentar-lhes anúncios sem o consentimento dos seus pais.

No mesmo dia em que o regulador norte-americano votou a favor de multar a plataforma da gigante da tecnologia, o YouTube apresentou o seu novo website direcionado especificamente para crianças, o YouTube Kids, existindo paralelamente à aplicação lançada em 2015.

De acordo com uma notícia avançada pela Bloomberg, além da separação do conteúdo para menores de idade da plataforma, a empresa da Google está também a tomar medidas em resposta à investigação da FTC ao planear desativar a funcionalidade de recomendações no que diz respeito a conteúdos para crianças, assim como deixar de apresentar-lhes anúncios baseados nos seus dados.

No entanto, alguns dos grupos por trás da queixa realizada à FTC não consideram que a multa seja suficiente para mudar a atuação do YouTube. Por exemplo, Jeff Chester, diretor executivo do Center for Digital Democracy, declarou ao POLITICO que a coima aplicada deveria ter sido, pelo menos, de 500 mil milhões de dólares e que a situação é “escandalosa” além de dar a entender que empresas à semelhança do YouTube “podem desrespeitar políticas de privacidade e sair impunes”.

A multa aplicada à Google é apenas a mais recente medida do regulador norte-americano no que toca à penalização de empresas tecnológicas que desrespeitam as políticas de dados dos seus utilizadores. Em julho deste ano, a FTC aplicou uma multa de 5 mil milhões de dólares ao Facebook, uma das maiores coimas aplicadas pela entidade.