A economia global está em transformação com a influência de diferentes impactos, como a inflação ou as taxas de juro, que, contudo, não se distribuem de forma idêntica por todos os países. Neste contexto Portugal pode ser particularmente beneficiado, defendeu Pedro Siza Vieira, durante o painel de discussão ECONOMICS IS ALL ABOUT DISRUPTION? YES, LET’S DEBATE HOW, do Congresso da APDC, que decorre em Lisboa.

Perante uma “reconfiguração da globalização, não com uma diminuição do comércio internacional, mas como uma regionalização ou continentalização”, ideia introduzida momentos antes no debate por Ricardo Reis, Professor da London School of Economics, o presidente do Congresso APDC afirmou que está a assistir-se a uma alteração muito grande nos fluxos do comércio internacional, “um movimento inverso que pode beneficiar Portugal,quer num contexto de crescimento das exportações, quer no contexto do investimento direto estrangeiro”.

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Esta transformação é uma grande oportunidade para as empresas portuguesas que, inclusive, já está a refletir-se nas suas contas, acrescentou Siza Vieira, citando dados de 2022 da central de balanços do Banco de Portugal.

“As empresas estão menos endividadas, com mais capitais próprios e também a rentabilidade aumentou”, disse Pedro Siza Vieira. “O impacto que as empresas portuguesas estão a sofrer com a subida das taxas de juro é menor do que aquele que receávamos”.

Perante este cenário de oportunidades, para o presidente do Congresso APDC será importante avaliar como é que Portugal pode concretizar estas oportunidades, “para não serem meramente circunstanciais”.

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Sobre se as mudanças globais que estão a decorrer têm sido benéficas para Portugal, Ricardo Reis confessou que “há um ano e meio” estava mais otimista. “Estes benefícios têm que se concretizar e não vejo dinâmica no país para aproveitar esta oportunidade”, sublinhou.

“Em termos relativos, Portugal tem de facto oportunidades. Mas o país tem de saber agarrá-las".

O economista partilhou igualmente não ver necessidade de mais austeridade. “Espero que tenhamos aprendido a lição de não desbaratar dinheiros públicos. No último ano e meio exigiu-se uma intervenção musculada do estado e Portugal mostrou que é possível gastar bem".

Sublinhou ainda que a elevada carga fiscal é um obstáculo ao crescimento económico. "A estabilidade fiscal é muito importante, porque é impossível poder planear sem isso e Portugal não o tem conseguido oferecer. Espero agora que melhore. E que consiga conciliar redistribuição com não fazer uma certa expropriação dos rendimentos”.

O SAPO TEK está a acompanhar o 32º Congresso da APDC e pode seguir todas as notícias através desta ligação.

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