A Alphabet desiludiu esta segunda-feira na bolsa de Wall Street ao registar uma queda acentuada, inferior mesmo às expetativas dos analistas, ao desvalorizar cerca de 1,5 mil milhões de dólares. A quebra de investimento vai no sentido contrário ao crescimento das receitas no último trimestre relativamente à publicidade, sobretudo no YouTube e ao negócio da cloud.

Segundo avança o Business Insider, a desvalorização da gigante tecnológica pode prender-se com os investimentos feitos na Uber e Slack, antes destas empresas se terem lançado na bolsa no início do ano, e desde então têm visto as suas ações a desvalorizar.

A empresa-mãe da Google viu as suas ações desvalorizar 2% esta segunda-feira, cerca de 1,26 dólares, passando a valer 23,25 dólares. A empresa publicou lucros de 10,12 dólares por ação, valendo menos que o mesmo período homólogo de 2018, em que registou 13,06 dólares por ação. Os analistas, por outro lado, estavam mais otimistas, tendo avançado que o valor por ação seria de 12,35 dólares.

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Esta terça-feira as ações subiram um pouco de valor, valendo 24,68 dólares.

Apesar da desvalorização da empresa, os resultados do trimestre foram bastante positivos, com a receita líquida a crescer mais de 21%, e outros negócios como a cloud, vendas de aplicações da Google Play e hardware, categorizado como “Outras Receitas” cresceram 39% face ao período do ano passado, representando quase 16% das receitas totais da Alphabet.

É ainda referido que a supressão dos ganhos está também ligado aos custos de operação registados pela empresa. Este ano foram registados custos de 31,3 mil milhões de dólares, uma subida de 25% em relação ao período de 2018, que havia apresentado 25,1 mil milhões de dólares. Os especialistas destacam o crescimento acentuado nas despesas administrativas e gerais, de 48%, representando um custo de 2,6 mil milhões de dólares. Na prática essas despesas dizem respeito às multas que a empresa tem vindo a pagar à França e à União Europeia. Houve também mais custos relacionados com novos data centers, investigação e desenvolvimento, assim como a contratação de novos engenheiros.