Já era de prever que a produção de iPhones 14 ia ser afetada com os problemas na fábrica Foxconn, de Zhengzhou, na China. A nova vaga de casos de COVID-19 no país obrigou a novos confinamentos, com o governo a decretar tolerância zero. A fábrica viu-se também com uma situação de revolta dos trabalhadores, devido à falta de entendimento relativo a pagamentos prometidos pela empresa.
Segundo as previsões do analista da Apple, Ming-Chi Kuo, os problemas que afetam a Foxconn vão custar à gigante tecnológica um corte na produção do iPhone 14, entre 15 a 20 milhões de unidades face ao que era esperado inicialmente. O analista prevê um corte para o quarto trimestre de 20%, ou seja, entre 70-75 milhões de unidades, em vez dos 80-85 milhões previstos. Só a Foxconn é responsável por cerca de 60-70% de toda a produção mundial.
Os problemas ocorridos nas instalações levaram já a Apple a rever as datas para a entrega do iPhone 14 de última geração e a emitir um raro aviso aos investidores sobre os atrasos. Isso significa que esta época natalícia poderá ser mais difícil encontrar smartphones da Apple.
Ming-Chi Kuo refere no seu blog que a média de utilização da fábrica da Foxconn, em Zhengzhou, durante novembro, foi de cerca de 20%. E que em dezembro prevê melhorias para 30 a 40%. O analista afirma ainda que a Foxconn desviou alguma da produção, cerca de 10%, para outras fábricas, como a Pegatron e a Luxshare ICT para fabricar os modelos Pro e Pro Max do iPhone 14. Apenas no final de dezembro a situação poderá começar a normalizar.
Com a falta de smartphones, o analista prevê que as receitas do quarto trimestre de 2022 possam diminuir face ao previsto, entre 20 a 30%, ou mesmo mais. Com esta situação, Tim Cook poderá fazer algumas mudanças estratégicas para o futuro, nomeadamente para a produção do iPhone 15, diversificando as fábricas para mitigar os riscos.
Além da falta de smartphones da Apple, esta crise na Foxconn terá outras implicações no ecossistema de fabrico do iPhone 14. Os fornecedores de componentes não terão sido informados dos cortes na produção dos smartphones, o que resultará no excesso de stock de peças, mais que o normal. E isso irá afetar a distribuição de componentes no primeiro trimestre de 2023.
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