As teorias de que as promoções da Black Friday nem sempre são realistas parecem fazer algum sentido, com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a instaurar 57 processos por contraordenação a estabelecimentos físicos e online, depois de ter fiscalizado 387 operadores económicos. No dia em que são prometidos grandes descontos os consumidores gastaram em média por cartão 80,1 euros, num ano em que o número de compras online aumentou face a 2018, segundo os dados da SIBS.
A operação de fiscalização da ASAE ao cumprimento das regras legais do exercício das atividades económicas, em particular do regime jurídico aplicável aos saldos, liquidações, promoções e reduções de preços, decorreu durante os dias 28 e 29 de novembro.
No comunicado disponível no site oficial da ASAE são identificadas as principais infrações, nomeadamente o desrespeito das regras do anúncio de venda com redução de preços e o incumprimento das regras legais sobre promoções e o desrespeito das regras relativas à afixação de preços.
Para além disso, a ASAE destaca ainda a utilização de expressões similares para anúncio de vendas com redução de preços e a falta de envio de declaração de saldos e a ausência de indicação do início e duração da promoção.
A decisão da ASAE surge depois da DECO ter encontrado precisamente várias violações da lei na última Black Friday, desde preços em falta a promoções com preços acima do normal. No início da semana, a associação de defesa do consumidor garantiu que vários produtos não respeitaram a Lei dos Saldos e das Promoções, listando várias lojas, nomeadamente a Worten, Media Markt e a Radio Popular, e pediu a intervenção da ASAE.
Números da Black Friday em Portugal revelam aumento das compras online
De acordo com uma infografia divulgada esta quarta-feira pela SIBS os consumidores gastaram em média, por cartão, 80,1 euros, um valor 1,9 vezes superior ao valor médio do mês de novembro. E, à semelhança, as compras online também aumentaram, representando 10,4% do total de compras, quando em 2018 esse valor era de 8,6%.
Quanto ao top 5 dos setores com mais compras, os super e hipermercados lideram a lista, representando 22,9% das compras, seguidos dos serviços de catering, restauração e similares e moda e acessórios. Por fim, e com a mesma percentagem, surgem os produtos petrolíferos e as gasolineiras e a cultura, entretenimento e equipamento.
Os dados revelam ainda que os produtos de perfumaria e cosmética e de moda e acessórios são o maior foco de consumo. A tecnologia surge em quarto lugar.
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