A história da Colt em Portugal já conta com mais de 20 anos de presença direta e a abertura do escritório foi notícia no SAPO TEK. O percurso reflete-se no investimento já realizado, que ultrapassa os 100 milhões de euros, entre infraestruturas e recursos humanos, como confirmou Carlos Jesus, Country Manager da Colt Portugal, durante um encontro com a imprensa que decorreu hoje em Lisboa. Mas a empresa quer continuar a investir e está também a contratar para aumentar os recursos humanos, contando chegar aos 140 colaboradores até final do ano.
Em Portugal a Colt tem 3 centros de competência, 2 redes de área Metropolitana (MAN) em Lisboa e Porto, 830 km de rede de fibra ótica, 1.700km adicionais de rede de longa distância através da sua IQ Network. No total liga mais de 777 edifícios e 12 centros de dados, e está a dar seguimento à sua estratégia de crescimento, ligando 8 parques industriais em Lisboa, Porto, Oeiras, Sintra, Vila Nova de Gaia e Maia.
O último dos centros de competências foi criado em 2020 e está focado no desenvolvimento de tecnologias de rede SDN.
“Temos visto o negócio a crescer. Há mais necessidade de comunicações em Portugal, não só pelas empresas que estão a acelerar a sua transição digital mas também pelo peso crescente de empresas internacionais que aqui se instalam e criam centros de competências ou estendem as suas plataformas de conteúdos e que aceleram processos que têm maior necessidade de dados”, explica o responsável pela Colt em Portugal que é também VP Global Service Delivery da Colt a nível global.
A aposta na infraestrutura é estratégica para a Colt, que há cerca de 5 anos abandonou outras áreas de negócio, como a área de Managed Services e de voz. A capacidade de fornecer redes de alto débito e com redundância é um dos trunfos da Colt e Carlos Jesus garante que “sentimo-nos bem posicionados deste ponto de vista”. O executivo explica que a evolução da tecnologia da Colt que duplica a capacidade de transmissão de dados das redes de fibra ótica, a tecnologia Ciena, e de SDN (Software Defined Network) estão a potenciar a aptidão para responder a novos desafios do aumento do volume de dados e da multiplicação das localizações das empresas.
Amarração de cabos submarinos em Portugal é nova oportunidade
Os anúncios de novos cabos submarinos que já chegaram a Portugal, ou que vão ser amarrados nos próximos anos, são encarados por Carlos Jesus como uma oportunidade de crescimento para o país. “Sentimos a posição estratégica de Portugal que se está a desenvolver devido a este hub”, afirma, e lembra que as zonas tecnológicas são muito alavancadas por estas zonas de amarração dos grandes cabos de interligação.
Depois da instalação do EllaLink, e do Equiano, da Google está prevista a chegada de mais dois cabos submarinos a Portugal nos próximos três anos, o Medusa, da AFR-IX que acaba de assinar um acordo com a Altice Portugal, e o 2África, do Facebook.
“A capacidade de Portugal vai aumentar significativamente nos próximos anos no que diz respeito aos cabos submarinos que ligam a Europa à África e às Américas e isso é uma grande oportunidade”, explica Carlos Jesus, adiantando que depois é preciso fazer a ligação aos centros de dados e às empresas, mas também a outras zonas do país e da Europa, e é ai que entra a Colt.
“Temos uma malha de rede que já liga os principais pontos em Espanha e em França, como Bilbao e Marselha”, referiu aos jornalistas, confirmando que há mais ligações que estão a ser estudadas, entre as quais se contam Sines, que vai receber também um cabo submarino e onde está a ser preparada a instalação de um polo tecnológico Sines 4.0, e Bordéus, onde vai ser instalado o AMITIE, um cabo transatlântico de fibra ótica que é visto como uma nova porta de entrada para o tráfego de dados entre os EUA e a Europa.
São investimentos que estão a ser ponderados e que, se avançarem, ainda têm um tempo de implementação de 12 a 24 meses. Carlos Jesus mostra confiança na concretização da nova ligação a Bordéus mas admite que a de Sines está ainda em validação. “Acreditamos que tem potencial mas estamos a auscultar os nossos clientes [...] temos indicações positivas”, referiu.
Com as grandes tecnológicas a investirem no desenvolvimento destes cabos submarinos, como acontece com a Google e o Facebook, o responsável da Colt Portugal não sente que este movimento possa ser uma ameaça, até porque estas empresas são parceiras a nível global. Por isso também a Colt não está a considerar o investimento nas infraestruturas de cabos submarinos de grande distância, embora tenha algumas infraestruturas do género que são usadas para ligações mais curtas.
30 novas contratações previstas para 2022
Em Portugal a Colt conta com 110 colaboradores mas prevê contratar mais 30 pessoas até final do ano, chegando aos 140 colaboradores. O objetivo é recrutar software developers (Full Stack Developers, UI Developers, Application developers), especialistas de segurança (Network Virtualisation & Security Specialists/ Consultants), especialistas de redes IP (SDWAN and NFVi), e profissionais para as áreas de gestão e de suporte aos clientes.
Carlos Jesus explica que nos últimos 20 anos a empresa já investiu mais de 50 milhões de euros em recursos humanos, mas que mais de 26 milhões foram investidos nos últimos seis anos, com os centros de competências.
Embora não existam recursos qualificados em abundância, a empresa sente necessidade de aumentar a capacidade de resposta face às necessidades crescentes dos clientes nacionais e internacionais e a maneira como a companhia está organizada facilita o recrutamento. “A ideia de localização geográfica dos recursos para um projeto já não existe como antes”, adiantou o executivo, dizendo que esta é também uma oportunidade de Portugal se posicionar como fornecedor de talento em várias áreas, garantindo empregos em projetos internacionais.
“Na Colt temos colaboradores em 12 áreas distintas a trabalhar a partir de Portugal”, sublinha, reforçando a qualidade do trabalho que é feito e que já mereceu reconhecimento internacional.
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