Continuidade dos HoloLens da Microsoft pode não estar assegurada

A equipa de realidade mista da Microsoft estará à procura de um rumo para o futuro do projeto, entre opiniões que apontam para sentidos opostos e a intenção mal recebida de avançar com uma parceria com a Samsung.

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A segunda geração dos HoloLens da Microsoft pode ser a última, ou marcar um ponto de viragem importante na estratégia da marca para esta área. A notícia é avançada pela Business Insider, que cita fontes da empresa para dizer que a divisão de realidade mista da gigante do software não se entende sobre a estratégia a seguir. Segundo esta informação, nos últimos meses a empresa terá mesmo decidido suspender os planos para uma terceira versão do dispositivo. Pelo menos uma das fontes consultadas pelo site, admite ainda que a falta de uma visão clara em relação ao futuro rumo do projeto pode simplesmente ditar o seu fim.

As dúvidas serão várias, desde logo em relação ao posicionamento do dispositivo, e se deve manter-se orientado para o mercado empresarial, ou abrir a estratégia para o mercado de consumo. Outro ponto de discórdia será a visão sobre aquilo que deve ser a Microsoft a fazer nesta área e o que deve ser feito por terceiros. Parte da equipa defenderá que a companhia deve desenvolver o hardware e o software, criando uma plataforma que possa ser usada por outras empresas, uma espécie de Windows para o Metaverso. Há quem defenda que deve focar-se apenas no desenvolvimento do hardware.

A BI refere ainda que a Microsoft assinou um acordo de parceria com a Samsung para criar um novo headset de realidade mista e que também esta decisão foi mal acolhida por parte da equipa.

Um porta-voz da empresa desmentiu entretanto que a Microsoft tenha decidido deixar cair o projeto HoloLens, sublinhando que este é “uma parte crítica da estratégia para categorias emergentes como a realidade mista e o metaverso”. Frank Shaw não quis comentar a notícia da Business Insider, garantindo ainda assim que a empresa continua comprometida com o HoloLens e com desenvolvimentos futuros nessa área.

As declarações da Microsoft parecem claras e estão em linha com o que o CEO da empresa, Satya Nadella, tinha afirmado quando foi anunciada a compra da Activision Blizzard, e o responsável fez questão de sublinhar a importância do gaming numa estratégia para o metaverso.

“O gaming é a mais dinâmica e excitante categoria em entretenimento entre todas as plataformas na atualidade e vai assumir um papel importante no desenvolvimento de plataformas metaverso”, referiu. Mas o facto de, no último ano, terem saído da equipa de realidade mista da Microsoft 25 pessoas para se juntarem à Meta e aos desenvolvimentos da dona do Facebook na área do Metaverso, algum significado terá.

A saúde tem sido uma das áreas de aposta da Microsoft para explorar o potencial dos HoloLens, ainda recentemente a empresa voltou a mostrar como têm sido usados por cá. A fabricante tem conseguido também fechar alguns contratos importantes noutras áreas do sector público, como a área militar, de que é exemplo um contrato já deste ano com o exército norte-americano.