
A Appian acaba de apresentar as novidades da sua plataforma de software que permite a criação e gestão de processos de negócios e que conta com reforço da utilização de inteligência artificial e desenvolvimento de agentes para acelerar as tarefas. Matt Calkins, CEO e co-fundador da empresa norte americana, defende que os Agentes de IA são a expressão mais importante da Inteligência Artificial neste momento mas que há riscos se a tecnologia não for implementada da forma certa e com os sistemas de segurança, privacidade e ética de alto nível.
“Os agentes de IA estão a ficar muito populares, fala-se muito sobre eles, mas há empresas que estão a dar prioridade em serem as primeiras em vez de darem prioridade em serem seguras”, alerta Matt Calkins. Para o executivo, “este ano os Agentes de IA descontrolados vão ser notícia […] os agentes vão fazer coisas estranhas”, afirmou numa entrevista conjunta durante o Appian World 2025.
“É muito importante que os agentes de IA sejam criados com as proteções adequadas”, avisa o CEO da Appian. Implementações que não têm as salvaguardas e proteções necessárias estarão na base destes comportamentos erráticos, que podem trazer danos para as empresas e gerar desilusão com a tecnologia. Como exemplo referiu uma história de um agente que foi criado para ajudar a aumentar as vendas de um produto de uma empresa e que achou que a melhor forma de o fazer era oferecendo os produtos.
“Os agentes são maus quando têm alucinações porque têm alucinações em ação e representam as suas alucinações”, explica Matt Calkins, sublinhando que na plataforma da Appian isso não aconteceria.
Segurança ao nível mais elevado
“Os nossos agentes funcionam dentro dos processos, numa arquitetura pensada para a segurança, e têm as proteções necessárias para cumprir as tarefas que lhes forem dadas”, destaca Matt Calkins ao SAPO TEK, reforçando a visão da empresa na proteção da informação. A lógica é que os dados dos clientes nunca são extraídos da Data Fabric, com agentes que seguem instruções e definições concretas, com acesso limitado à informação com base nas credenciais dos utilizadores e auditabilidade em todos os passos realizados. “Temos as mais elevadas proteções se segurança e certificações e cumprimos esses requisitos”.
A base é a Data Fabric, que liga os agentes a todos os dados da empresa. Ao funcionarem dentro do processo “não lhes é permitido fazer nada que não seja um processo pré-escrito”, e por isso “são mais seguros e também mais poderosos porque os processos pré-escritos são ações complexas de várias fases que podem ser auditadas, por isso são seguras”.
Sublinhando que a Appian já está a trabalhar com IA há duas décadas, Matt Calkins diz que a empresa não está a trabalhar para o “hype” mas para criar valor.
“As pessoas estão a ser enganadas com uma visão sobre o que vão obter nesta primeira geração de tecnologia de agentes a menos que escolham os agentes certos”, adianta ainda o CEO da Appian. “Os agentes fazem sentido dentro dos processos e quando estão integrados ganham um propósito e governabilidade”.
É nesta visão que a Appian está a apostar e por isso os agentes de IA tomaram um papel central nos anúncios da empresa no Appian World 2025, que decorreu esta semana em Denver, nos Estados Unidos. Os números da adesão dos clientes à tecnologia de Inteligência Artificial estão a crescer de forma acelerada, com 70% das empresas a adotarem a tecnologia e um crescimento de 7,5 vezes da utilização este ano, que decorre do reconhecimento da forma como a plataforma se diferencia na gestão de processos, segurança e facilidade de implementação.
“A nossa história este ano será sobre o valor que estamos a criar para muitas organizações que têm acesso fácil e seguro à tecnologia”, afirma Matt Calkins, explicando que na plataforma da Appian a tecnologia de IA se soma aos desenvolvimentos que têm sido feitos nos últimos anos, e com as mesmas proteções de segurança e auditabilidade.
O co-fundador e CEO da empresa defende que todos os modelos de IA devem revelar as suas fontes, e que isso é uma forma de trazer confiança e segurança aos processos. “Temos de proteger os dados das empresas e os dados pessoais”, explica Matt Calkins, que é favorável ao reforço da legislação nesta área e defensor do AI Act da União Europeia.
"A informação é o que torna a IA valiosa e temos de respeitar o valor que os dados trazem”, adianta “a regulamentação do AI Act na Europa exige que decisões críticas, como atribuição de crédito ou empregos, tenham sempre supervisão humana. Isto significa que a IA deve estar integrada num sistema sequencial e colaborativo”.
Esta aposta é reconhecida pelos clientes. As organizações estão preocupadas com a inovação mas também com a segurança e a Appian tem clientes em áreas altamente reguladas, como os serviços financeiros e saúde, assim como no sector público. “Todos estão a olhar para as questões da segurança e percebem a diferença”, refere, admitindo que alguns concorrentes podem ter estratégias diferentes.
“Os clientes podem decidir que risco querem assumir […] nós damos a garantia de que não estamos a treinar o nosso modelo com os seus dados”, afirma Matt Calkins.
Garantir valor com a aposta na Inteligência Artificial
Durante o keynote de abertura do Appian World 2025 Matt Calkins já tinha colocado o ponto central na ideia de que a IA tem de trazer valor para o negócio. A indústria está a "investir mais na IA do que na criação dos caminhos de ferro [nos EUA] ou no programa Apollo", sublinha. Mas para a Appian a IA só faz sentido integrada nos processos e funcionando como um trabalhador e não apenas como um apoio.
“A IA é feita para correr num processo e um processo é feito para incorporar trabalhadores digitais. É um ajuste perfeito”, diz Matt Calkins
Mas isso não significa que o humano seja retirado da equação. “Penso que os humanos são essenciais. Têm melhor capacidade de avaliação, responsabilidade e empatia. São melhores a comunicar com outros humanos”, destaca o CEO da Appian. E podem beneficiar de uma “eficiência sobrehumana” com os agentes de IA a fazerem o trabalho mais rotineiro, deixando tempo livre para a criatividade e processos críticos.
A nova versão Appian 22.5 quer simplificar a criação de agentes, integrando já alguns agentes que fazem tarefas básicas e dando aos clientes a possibilidade de criarem novos agentes rapidamente com o Agent Studio, que ainda está em versão beta mas já pode ser experimentado pelos clientes.
Esta é uma das novidades que a Appian mostrou este ano, mas há mais, como o AI Document Center, que já está em versão final e que permite gerir formatos de documentos complexos com a flexibilidade de suportar cargas de trabalho elevadas, fiabilidade e escalabilidade. Ou a smart search para pesquisas que vão além da semântica para entender contexto, abrangendo todos os dados da Data Fabric, independentemente dos formatos.
Veja algumas das imagens do Appian World 2025
Para o CEO da empresa os agentes vão poder trabalhar em todas as indústrias, acelerando os processos. E ainda vão trazer muito valor nos próximos anos.
“Penso que o mundo ainda precisa de alguns anos para digerir o impacto da IA e as próximas tendências serão certamente relacionadas com a Inteligência Artificial”, garante.
Nota da Redação: O SAPO TEK viajou para o Appian World a convite da empresa.
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