A famosa “lista negra” do Departamento de Comércio norte-americano foi atualizada e a nova versão acrescenta várias empresas chinesas, num movimento que o Governo de Xi Jinping já criticou, garantindo que vai fazer o que estiver ao alcance para proteger as empresas do seu país e admitindo retaliações.
Em causa estão empresas que trabalham na área da computação quântica e da encriptação de dados. Incluí-las na mesma lista do Departamento de Comércio onde está a Huawei desde 2019, é bloquear a venda de tecnologia americana a estas companhias e vice-versa. Qualquer negócio com as empresas constantes desta lista tem de ser previamente autorizada pelo Departamento do Comércio, que provavelmente não dará luz verde aos pedidos das empresas americanas que os venham a fazer.
Segundo a Reuters, o que está em causa é acima tudo dificultar a utilização de computação quântica pelas forças armadas chinesas, que podem usar estas tecnologias para concretizar avanços importantes no desenvolvimento de sistemas de radares avançados e no desenvolvimento de sistemas de sensores mais modernos, para equipar os submarinos. Por outro lado, a medida pretende evitar que tecnologia americana ajude empresas chinesas a desenvolverem soluções que descodifiquem comunicações encriptadas, ou a construir soluções invioláveis.
Os Estados Unidos entretanto já justificaram que as novas adições à lista são uma forma de prevenir que tecnologia americana possa ser usada para ajudar a China ou a Rússia a conseguirem avanços militares, ou a desenvolverem atividades, que apoiem as ambições nucleares não vigiadas do Paquistão.
A China também já comentou, esta quinta-feira, numa conferência de imprensa conduzida por Shu Jueting, porta-voz do ministro chinês do comércio, sublinhando que o país vai tentar proteger as suas empresas das práticas discriminatórias dos Estados Unidos. O embaixador chinês nos EUA também já considerou que o país “abusa do poder de Estado para reprimir e restringir as empresas chinesas por todas as vias”, disse Liu Pengyu, também citado pela Reuters.
Passam a integrar a “lista negra” do Departamento de Comércio a Hangzhou Zhongke Microelectronics, Hunan Goke Microelectronics, New H3C Semiconductor Technologies, Xi'an Aerospace Huaxun Technology e Yunchip Microelectronics, pelo seu apoio à “modernização militar do Exército Popular de Libertação”.
O Laboratório Nacional Hefei de Ciências Físicas em Microescala, a QuantumCTek e a Shanghai QuantumCTeck também entraram na lista, neste casos por "comprarem ou tentarem comprar itens de origem norte-americana para fins militares”. Nesta lista passam também a estar novas empresas e indivíduos ligados ao programa nuclear paquistanês, num total de 27 novas entidades, oriundas da China, Paquistão, Japão e Singapura.
Recorde-se que este mês os EUA já tinham banido do comércio livre com empresas americanas, alguns centros de supercomputação chineses. Em outubro, uma unidade da China Telecom foi também expulsa do país. Entretanto a Huawei, uma das primeiras visadas pelas sanções americanas, por alegadamente representar uma ameaça para a segurança nacional, continua a ter vida cada vez mais difícil no país. Os bloqueios às diferentes vias de negócio da empresa têm-se sucedido.
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