Devido à invasão na Ucrânia, que ditou embargos e a saída de empresas da Rússia, o mercado tecnológico está a ser dominado pelas fabricantes chinesas. No primeiro semestre do ano, no que diz respeito ao mercado de smartphones, a saída da Apple e Samsung abriu portas às fabricantes chinesas, como a Realme, a Vivo, Xiaomi, Tecno, Infinix, iTel e Nokia (HDM Global) a obterem as melhores performances de vendas. Algumas das empresas viram um crescimento acima dos 100% em comparação com o ano anterior.

A publicação russa Kommersant, dá o exemplo de que se 498 mil smartphones Realme foram vendidos na primeira metade de 2021, o no mesmo período de 2022 as vendas foram de 1,1 milhões de unidades. Estão também a surgir novas marcas, como a Shaub Lorenz, Korting, Kimtigo, Akimojeba, com os clientes a tomarem mais atenção a marcas menos conhecidas ou que chegaram agora ao mercado, sendo a maioria chinesas, turcas ou mesmo russas.

É apontado que em breve, o mercado russo de smartphones seja composto por cerca de 90% de marcas chinesas, número que duplicou no primeiro trimestre, quando comparado com o ano anterior.

A Poco, submarca da Xiaomi, viu as suas vendas crescerem 16% face ao ano anterior, enquanto a Nokia cresceu mais de 40%. Por outro lado, a Apple diminuiu 14% e a Samsung sofreu quebras de 15% no mesmo período.

Apesar do crescimento da procura em marcas alternativas, neste período foram vendidos cerca de 10 milhões de smartphones na Rússia, o que representa uma quebra geral de 23% face ao mesmo período do ano passado.

A publicação russa dá conta da escassez de componentes e de peças de reposição no mercado. Os serviços de reparação na Rússia têm de usar gadgets e a aceitar doações para reparar os equipamentos. O governo russo terá mesmo assinado uma lei sobre a legalização de importações paralelas no país. Ou seja, a possibilidade de importar mercadorias sem o consentimento do respetivo detentor dos direitos autorais dos produtos. Na lista constam smartphones, equipamentos eletrónicos, eletrodomésticos, etc. No entanto, estas importações não serão suficientes para colmatar a falta de oferta de equipamentos no na Rússia, sobressaindo-se assim as marcas chinesas, sobretudo as menos conhecidas.