Depois de ter alertado para a possibilidade de não conseguir cumprir as metas de produção de veículos para o ano em curso, a Toyota viu-se obrigada a anunciar mais uma medida para contornar a escassez de chips, que continua a afetar a indústria automóvel. A empresa vai dar um passo atrás e voltar a entregar chaves físicas com os carros que comercializa.

Para já, pelo menos, não se trata de substituir completamente os comandos digitais por chaves físicas, o que a fabricante vai começar a fazer no Japão é trocar uma das duas chaves inteligentes que costuma entregar com os veículos, por uma chave “à antiga”. O objetivo da medida é, mais uma vez, ultrapassar as limitações de componentes eletrónicos e acelerar a entrega de veículos no seu mercado local.

"Como a escassez de semicondutores continua, esta é uma medida provisória destinada a entregar carros aos clientes o mais rapidamente possível. Quanto à segunda chave inteligente, planeamos entregá-la assim que for possível", refere uma declaração oficial da empresa, citada pela Reuters, onde se pede desculpa pelo inconveniente.

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Na semana passada a Toyota, que é também dona da marca Lexus, tinha já admitido que não deve conseguir cumprir a meta prevista para o atual ano fiscal, em que estimava fabricar 9,7 milhões de veículos.

A Toyota não é a única fabricante que continua a enfrentar problemas nesta matéria. A Volvo anunciou também esta semana que vai encerrar durante uma semana a atividade da fábrica de Gotemburgo, porque a falta de semicondutores continua a afetar o ritmo de produção da marca. Várias outras marcas anunciaram também a decisão de vender carros com funções limitadas, até conseguirem assegurá-las, como a Ford ou a BMW.

O português Carlos Tavares, CEO da Stellantis, reiterou já este mês que a crise dos chips está longe de acabar para a indústria automóvel. Em declarações ao jornal francès Le Parisien, o responsável do grupo que gere marcas como a Citroën e a Peugeot admitiu que “a situação vai continuar muito complicada até finais de 2023 e a partir daí melhorará um pouco”.

O CEO da Intel, Pat Gelsinger, também já fez várias declarações a remeter para 2024 uma recuperação mais robusta do mercado. O mesmo responsável tem admitido que o problema do sector automóvel pode ser ainda mais complicado, porque a indústria de semicondutores está focada em avançar para as gerações mais modernas de chips e muitos dos processadores usados nos carros são mais datados. Em poucos anos tendem a ser substituídos por tecnologia mais moderna, o que aumenta o risco para os fabricantes que reforçarem investimentos na capacidade de produção para o segmento.

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