O sector das fintech deverá valer em 2030 cerca de 1,5 biliões de dólares, seis vezes mais do que em 2021 (245 mil milhões de dólares), ano em que tinha perdido mais de metade do seu valor de mercado, numa tendência vista como uma correção de curto prazo que não alterou a trajetória positiva expectável para o longo prazo.
Os dados compilados no Fintech Report 2023: Reimagining the Future of Finance, do Boston Consulting Group (BCG) e da QED Investors, estimam ainda que o setor representa já 2% dos 12,5 biliões de dólares de receita global gerada por serviços financeiros. Até 2030, essa quota deve crescer para os 7% e as fintechs passarão a valer quase 25% de todas as avaliações bancárias globais.
A região Ásia-Pacífico deverá, até 2030, tornar-se o maior mercado mundial para as fintech, embora seja ainda hoje um dos mercados com menor penetração de serviços financeiros, com cerca de 4 biliões de dólares em receitas. Com um crescimento médio anual previsto de 27%, impulsionado pelas atividades em países como a China, a Índia ou a Indonésia, vai ultrapassar os Estados Unidos e assumir o pódio.
A margem de crescimento assenta no facto de boa parte da população ainda não usar serviços bancários, existir um elevado volume de pequenas e médias empresas, uma população jovem crescente e uma classe média cada vez mais sofisticada.
A América do Norte, que neste momento tem a maior indústria de serviços financeiros do mundo, continuará a ser um hub de inovação e um mercado crítico, que se multiplicará por quatro até 2030. Só os Estados Unidos devem absorver 32% do crescimento das receitas globais do sector nos próximos sete anos, para um total de 520 mil milhões de dólares.
O Reino Unido e a União Europeia, em conjunto, representam o terceiro maior mercado fintech, que deverá multiplicar-se por cinco entre 2021 e 2030, largamente impulsionado pelo setor dos pagamentos.
O estudo do BCG mostra ainda que a primeira fase da jornada de crescimento das fintech foi liderada por soluções de pagamentos, que captaram 25% do capital investido nesses projetos até 2020, cerca de 120 mil milhões de dólares. O segmento continuará a crescer, impulsionado por pagamentos transfronteiriços e por modelos payment-plus - pagamento de faturas e aplicações de pagamento que oferecem serviços adjacentes, como wallets, bem como pela proliferação de use-cases de pagamentos em tempo real.
Nos próximos anos espera-se, no entanto, a ascensão de outros modelos, como as soluções B2B2X (soluções de empresas para outras empresas, que têm como objetivo final servir clientes particulares ou empresariais) e B2b (para pequenas empresas). Até 2030 os dois segmentos devem crescer, respetivamente, 25% para 440 mil milhões de dólares e 32% para 285 mil milhões de dólares.
O BCG sublinha que recorrem já hoje a serviços financeiros alternativos 2,8 mil milhões de pessoas, 50% das quais em economias emergentes, e há mais 1,5 mil milhões de adultos sem conta bancária, a maioria (75%) também em economias emergentes.
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