O governo norte-americano publicou uma nova “lista negra” de empresas chinesas e russas acusadas de terem ligações aos exércitos de ambos os países. A decisão, apresentada pelo Departamento do Comércio a 21 de dezembro, impede as organizações em questão que adquirirem bens e tecnologia dos Estados Unidos.

Ao todo, a lista conta com 103 organizações (58 chinesas e 45 russas) e o Departamento do Comércio explica em comunicado que poderão eventualmente ser adicionadas mais empresas, mediante a análise do End-User Review Committee, a entidade governamental responsável.

“O Departamento reconhece a importância de alavancar as parcerias entre os Estados Unidos em empresas internacionais para combater as tentativas da China e da Rússia de desvio do tecnologia norte-americana para os seus programas militares desestabilizadores”, afirma Wilbur Ross, Secretário do Comércio dos Estados Unidos.

A Reuters avança que a China já reagiu à mais recente decisão do governo dos Estados Unidos. Numa recente conferência de imprensa em Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, advertiu Washington para parar as suas “ações erróneas” e para tratar todas as empresas de forma equitativa.

Mais tarde, o Ministério do Comércio chinês emitiu um comunicado onde se opõe firmemente à inclusão de empresas chinesas na lista, indicando também que tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar os direitos e interesses das organizações do país.

A publicação surge numa altura em que o governo de Donald Trump adicionou uma nova “remessa” de 78 organizações chinesas à sua “lista negra” de empresas impedidas de fazer negócios com empresas norte-americanas e de usar tecnologia produzida nos Estados Unidos.

DJI foi adicionada à “lista negra” dos Estados Unidos. Fabricante quer continuar a vender drones no país
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A DJI, a conhecida fabricante chinesa de drones, é uma das empresas visadas e foi colocada na lista por ser cúmplice “de abusos dos direitos humanos em larga escala na China” através de técnicas de “vigilância de alta tecnologia”, defendeu o Departamento do Comércio.

Já a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), a maior fabricante chinesa de semicondutores, passou também a constar oficialmente da “lista negra” dos Estados Unidos a 18 de dezembro depois de uma avaliação da Administração Trump. Ao que tudo indica, a fabricante poderá também ser colocada na lista de empresas com ligações ao exército chinês.