O operador incumbente nacional Portugal Telecom, que apesar do processo de liberalização do sector das telecomunicações detém 92 por cento da quota de mercado, divulgou hoje os resultados económicos relativos a 2001, revelando que o resultado líquido alcançado nesse período foi de 307 milhões de euros, enquanto que em 2000 ascendeu aos 540 milhões de euros, valores que representam uma variação percentual negativa de 43,1 por cento.
Quanto às receitas consolidadas de exploração o valor alcançado foi de 5.778 milhões de euros, uma subida 17 por cento, – 4.957 milhões de euros com base na consolidação proporcional da Telesp Celular Participações, TCP – e no EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) registou 2.082 milhões de euros (1.812 milhões de euros com base na consolidação proporcional da TCP).
De referir que os resultados apresentados pela Portugal Telecom abrangem os da TCP, empresa de comunicações móveis brasileiras – na qual a PT detém 41,23 por cento – consolidados integralmente.
A TCP registou mais 113 mil novos clientes no último trimestre de 2001 e viu as adesões líquidas no ano a subir para 802 mil, o que representa uma quota de mercado 77 por cento de adições líquidas e 65 por cento do total de clientes. No comunicado do Grupo PT vem ainda salientado que apesar da TCP ter 5.104 milhões de clientes após o cancelamento de 200 mil cartões inactivos da sua base de clientes, o aumento destes foi, mesmo assim, de 18,6 por cento.
Em relação aos 4.957 milhões de euros alcançados com base na consolidação proporcional da TCP registou-se um aumento de 17 por cento, mesmo considerando a desvalorização de 19,6 por cento do Real ao longo do ano. Já o EBITDA obteve um crescimento de 13,9 por cento, tendo em conta a consolidação proporcional da TCP, para 1.812 milhões de euros, ou seja, equivalente a uma margem EBITDA de 36,6 por cento.
De acordo com o comunicado da empresa, o número de trabalhadores na PT Comunicações (PTC) na unidade de negócios para serviços de rede fixa, foi reduzido em 6,6 por cento para cerca de 10,3 mil trabalhadores, com uma média de 418 acessos telefónicos fixos por funcionário.
Em relação à divida líquida ascendeu a 5.456 milhões de euros, sendo o custo médio desta em Portugal de 4,1 por cento, prévios aos impostos. Se incluir os empréstimos no Brasil, antes de impostos, a percentagem sobe para 6,1 por cento.
Assim, e perante uma estrutura económica que surge classificada como sólida, a administração da PT vai sugerir na próxima assembleia geral aos accionistas que se reinicie o pagamento de dividendos no valor de 125,4 milhões de euros.
Neste momento a PT tem cerca de 4,3 milhões de acessos fixos principais ao serviço, tendo a utilização da rede fixa em minutos aumentado 8 por cento, ou seja, 11 minutos por acesso e por dia. Por outro lado, a taxa de penetração RDIS cresceu para 18,6 por cento e a de voice mail para 34,6 por cento. Quanto a receitas de exploração, estas aumentaram 10,6 por cento de 2000 para 2001 alcançando os 2.480 milhões de euros.
No que toca às empresas do grupo PT a PT Prime, que actua na área de dados e soluções empresariais, conseguiu aumentar as vendas de capacidade de Internet empresarial em 136 por cento face a 2000, enquanto que os acessos em banda larga suportados pela rede ATM cresceram 42,4 por cento.
A PT Prime registou ainda um aumento de 19,8 por cento nas receitas de exploração para 270 milhões de euros com 27 milhões de EBITDA. As receitas consolidadas da empresa aumentaram 22,1 por cento para 217 milhões de euros.
Por seu lado, a TMN obteve 1.407 milhões de euros em receitas de exploração – mais 30,7 por cento – e o EBITDA foi de 535 milhões de euros, o que representa um aumento de 36,7 por cento em relação a 2000. Outro factor que demonstrou em crescimento em relação a 2000 foram os serviços de dados que passaram de 3,6 para 5,9 por cento das receitas de prestação de serviços. Já as receitas consolidadas da TMN aumentaram 17,7 por cento para 1.183 milhões de euros.
Em 2001 os clientes móveis com assinatura representaram 18 por cento do total de novos clientes, sendo que, no final do ano o número de clientes era de 3,9 milhões, mais 32,9 por cento que em 2000. A base de clientes da TMN cresceu ainda em 283 mil no quarto trimestre aumentando as adesões líquidas no ano a 966 mil.
Mais 139 mil cliente foi quanto a Global Telecom – GT – conseguiu adicionar à sua base de clientes no último trimestre de 2001, obtendo 399 mil adesões líquidas. Com um número de clientes na ordem dos 862 mil no final do ano transacto a GT detém, neste momento, uma quota de mercado no Estado do Paraná e de Santa Catarina de 35 por cento, mais 10 por cento que no final de 2000. As receitas ascenderam aos 426 milhões de Reais e o EBITDA foi de 100 milhões de Reais negativos.
A PT Multimedia – PTM – conseguiu 1,160 mil clientes no sector da TV por subscrição, mais 22,1 por cento que em 2000. A taxa de penetração do serviço de televisão por cabo foi de 42,5 por cento, enquanto o pay-to-basic ratio total registou 63,4 por cento.
Em relação às receitas de exploração da PTM estas cresceram 147,8 por cento para 630 milhões de euros, e o EBITDA para 45 milhões de euros, equivalente a uma margem de 7,1 por cento. As receitas consolidadas ascenderam a 597 milhões de Euros.
Já integrada na PTM.com, a Saber e Lazer viu o número de clientes de ISP atingir os 682 mil e o portal Sapo registou 171 milhões de páginas visitadas mensalmente e 2 milhões de visitantes únicos só em Dezembro. No que diz respeito à Lusomundo, que faz parte da PTM, a empresa reforçou a sua posição entre os jornais diários e rádios noticiosas no mercado português, segundo informações veiculadas no comunicado relativos aos resultados no Grupo PT.
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