A guerra tecnológica entre a China e os Estados Unidos, que colocou a Huawei como uma espécie de “bode expiatório” continua acesa. Depois do governo dos Estados Unidos ter defendido que os equipamentos da fabricante constituem um risco de segurança, avançou com incentivos financeiros para outros países aliados abolirem a marca. A Austrália e a Nova Zelândia juntaram-se aos Estados Unidos no bloqueio dos equipamentos nos seus territórios, e as principais operadoras de telecomunicações japonesas também poderão não utilizar os sistemas de rede da Huawei e também da ZTE na implementação da quinta geração de redes.
Agora foi a vez da Huawei contra-atacar, e em conferência de imprensa, o presidente Ken Hu desafiou os países que baniram os equipamentos da fabricante para o 5G, a provarem que a tecnológica chinesa é um risco para a segurança. Foi mesmo referido que as acusações se baseiam sobretudo em questões ideológicas e geopolíticas.
O executivo deixou o aviso aos países que baniram a marca, que a sua exclusão no desenvolvimento das redes 5G vai prejudicar os consumidores, levando ao aumento dos preços e abrandar a inovação. O presidente da empresa faz mesmo uma previsão dos custos de instalação de estações para rede sem fios 5G, na Austrália, que poderá sair entre 15 a 40% mais caro, sem a competição da Huawei.
Os especialistas afirmam que esta rara conferência de imprensa de Ken Hu pode ser um sinal de preocupação da Huawei com as crescentes restrições ao mercado 5G. “Se há provas e evidências, estas devem ser transmitidas às operadoras de telecomunicações, porque são estas que compram à Huawei”, afirmou Ken Hu, via Lusa.
A Huawei rejeita as acusações de que a empresa seja controlada pelo Partido Comunista Chinês ou que desenvolva equipamentos para facilitar atos de espionagem do governo chinês. Ainda assim, funcionários estrangeiros citaram uma lei na China que obriga as empresas a cooperação com os serviços secretos. “Nunca houve qualquer evidência de que o nosso equipamento constitui uma ameaça à segurança”, afirma o presidente da Huawei. “Nunca aceitámos pedidos de qualquer governo para prejudicar as redes ou negócios de um cliente nosso”, destaca ainda o líder da empresa.
Ken Hu garante ainda que a empresa nunca recebeu qualquer pedido para fornecer informação imprópria, e que no futuro a fabricante vai agir em estrita conformidade com a lei, ao lidar com situações semelhantes.
Em Portugal já foi reforçada a confiança na fabricante. A Altice mantém o compromisso com a marca para a sua estratégia no 5G, passando ao lado de toda esta polémica. A empresa de telecomunicações refere que o importante é o know-how, a competência, o talento e a capacidade de desenvolver tecnologias e o investimento feito no país. A Altice acredita que a parceria vai superar qualquer preocupação que possa surgir.
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