A guerra entre os Estados Unidos e a Huawei continua acesa, e embora a empresa chinesa mantenha o seu fôlego, tendo recentemente apresentado bons resultados financeiros do primeiro semestre, as mazelas das sanções que a impedem de aceder a fornecedores americanos começam a aparecer. Segundo avança a Associated Press, o stock de processadores da Huawei poderá acabar dentro de um mês, visto que a empresa deixa de ter os componentes necessários para produzir os seus próprios chips.
Em maio Donald Trump introduziu novas restrições às empresas chinesas consideradas como um risco para a segurança nacional, incluindo a Huawei, impedindo-as de acederem a tecnologia americana. Na altura, foi decidido que estes seriam os últimos 90 dias de extensão à proibição, que passam a ter efeitos a partir de setembro. Para além da Huawei estar proibida de aceder aos componentes, há cerca de um ano que a empresa deixou de poder oferecer os serviços da Google nos seus equipamentos, com efeito nos últimos modelos da série P e Mate.
Segundo é referido por Richard Yu, os processadores Kirin, produzidos pela Huawei, vão sofrer com a falta de componentes, e provavelmente vão deixar de ser produzidos a partir de 15 de setembro. As empresas que trabalham para a fabricante precisam de ter acesso a tecnologia americana para continuarem a produzir, visto que a Huawei não tem capacidade de os fabricar internamente.
Em conferência de imprensa, na última sexta-feira, o presidente da unidade de consumo da empresa assumia o prejuízo ao manter-se o embargo, salientando que os seus fornecedores só aceitaram pedidos até 15 de maio, com a produção a encerrar a 15 de setembro. “Este ano deverá ser a última geração dos processadores de alto desempenho Kirin”, salientando que a produção de smartphones está sem chips e sem fornecimento. Richard Yu prevê que as vendas dos smartphones vão ser inferiores a 2019.
Entretanto, as fornecedoras americanas já reagiram, e a Qualcomm apresentou um pedido de autorização ao governo de Donald Trump para remover as restrições para fornecer processadores Snapdragon à Huawei, avança o Wall Street Journal. A gigante americana defende que se a Huawei comprar processadores às rivais MediaTek e Samsung, as fornecedoras americanas perdem competitividade, sobretudo na mudança para o 5G.
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