A International Data Corporation (IDC) prevê que o investimento das empresas na adoção da inteligência artificial (IA), para a melhoria de operações existentes e desenvolvimento de novos produtos e serviços vai ter um impacto económico global acumulado de 17,6 biliões de euros e impulsionar 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) global, em 2030.
As conclusões são do estudo “The Global Impact of Artificial Intelligence on the Economy and Jobs, da IDC, e indicam igualmente que a IA afetará efetivamente o emprego em todas as regiões do mundo, com maior impacto em sectores como as operações dos contact centers, a contabilidade e a inspeção de máquinas.
A ajudar a despoletar esta mudança estão os líderes empresariais que, quase unanimemente (98%), olham para a IA como uma prioridade para as suas organizações.
Sobre o futuro do trabalho, a maioria dos inquiridos espera que algumas funções (48%) ou a maior parte (15%) do seu trabalho sejam automatizadas pela IA e outras tecnologias, nos próximos dois anos, enquanto apenas uma minoria (3%) dos trabalhadores espera que o seu trabalho seja totalmente automatizado pela IA.
Apesar do impacto negativo da proliferação da IA, a IDC acredita que vão surgir novos cargos, como os especialistas em ética da IA e engenheiros de prontidão da IA, como funções dedicadas nas organizações globais.
Os resultados do estudo indicam ainda que uma “intensidade do toque humano”, combinada com o nível de “repetibilidade de tarefas” pelo qual cada trabalho é caracterizado, informará as organizações sobre as funções que estão sujeitas a uma substituição total de IA e automação, versus aquelas em que o papel da tecnologia será aumentar as capacidades humanas.
“Como tal, as posições em que as capacidades sociais e emocionais humanas são críticas, como a enfermagem e as funções em que a tomada de decisão abrange a ética e a compreensão para além dos números, permanecerão robustas”, refere a IDC em comunicado.
“Compreensivelmente, estamos todos curiosos para saber se a IA irá substituir os nossos empregos”, afirmou Rick Villars, vice-presidente do grupo de Investigação Mundial da IDC. “Com base nesta investigação, é evidente que devemos perguntar-nos como é que os nossos empregos podem ser facilitados e melhorados pela IA. A IA não substituirá o seu trabalho, mas poderá ser substituído por alguém que saiba usar a IA melhor do que você”.
Os resultados e previsões do estudo, assim como outras informações, estão a ser partilhadas no evento IDC Directions 2024, que decorre hoje e amanhã no Centro de Congressos do Estoril.
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